29/07/2016 23:19:39
Internacional
Papa aceita renúncia de bispo que encobria pedofilia
Escândalo de abusos na Irlanda foi um dos mais graves da Igreja
DivulgaçãoPapa aceita renúncia de bispo que encobria pedofilia
Todo SegundoDa Ansa

O papa Francisco aceitou nesta sexta-feira a renúncia do bispo irlandês Martin Drennan, responsável pela diocese de Galway e Kilmacduagh e acusado de ter acobertado casos de pedofilia envolvendo padres católicos.

O escândalo de abusos na Irlanda foi um dos mais graves já enfrentados pela Igreja, que ainda paga as consequências com perda de fiéis e credibilidade. Na década passada, duas investigações paralelas revelaram um problema de dimensões avassaladoras para a Santa Sé.

Na primeira delas, que culminou no Relatório Ryan, foram reunidos mais de 2,5 mil testemunhos de violência sexual contra menores de idade em escolas, seminários e paróquias católicas irlandesas entre 1930 e 1980.

Já a segunda, que resultou no Relatório Murphy, revelou casos ocorridos na diocese de Dublin entre 1975 e 2004. Drennan, de 72 anos, foi citado neste inquérito, sob a suspeita de ter ajudado a evitar que os episódios de pedofilia fossem divulgados.

Em 2010, quando o papa Bento XVI enviou uma força-tarefa para apurar as denúncias contra a Igreja na Irlanda, o bispo de Galway e Kilmacduagh foi um dos que se negaram a renunciar. Segundo a Conferência Episcopal Irlandesa, Drennan deixou suas funções eclesiásticas por "motivos de saúde".

Recentemente, o Papa aceitou a renúncia do arcebispo da Paraíba, Aldo Di Cillo Pagotto, também suspeito de proteger padres pedófilos. O brasileiro chegou até a ser alvo de um processo canônico para apurar o caso.

Em junho, o Vaticano criou seu primeiro "esquadrão" para combater abusos sexuais na Igreja, com a formação de 19 estudantes laicos e católicos como "especialistas internacionais na proteção de menores".

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