DivulgaçãoPrisões "são melhores" comandadas por mulheres Todo SegundoDa Ansa Durante um encontro realizado pelo Vaticano contra o tráfico de seres humanos e contra o crime organizado, o papa Francisco afirmou que os presídios são mais efetivos na recuperação das pessoas quando são comandados por mulheres. Segundo o líder católico, por terem a noção da "maternidade", elas conseguem gerenciar melhor a situação.
"As prisões são melhores quando têm diretores mulheres do que homens porque as mulheres tem uma sensibilidade especial para a reintegração. Na Itália, há muitas mulheres e jovens, respeitadas, que lideram as instituições penitenciárias", disse o pontífice nesta sexta-feira (03).
Essa não é a primeira vez que o papa defende o trabalho das mulheres. Ele já pediu, por mais de uma vez, a igualdade salarial para ambos os sexos, pediu o fim dos "esteriótipos" femininos e criticou o machismo da sociedade contra elas.
Na área que tange suas funções, a Igreja Católica, ele já pediu uma "nova teologia" voltada para elas, disse que irá instaurar uma comissão para verificar a possibilidade das mulheres tornarem-se diaconisas - um dos três graus de consagração mais importante da Igreja atrás do episcopado e do sacerdócio - e ainda construiu duchas exclusivas para aquelas sem-teto que ficam próximo ao Vaticano.
Em uma audiência, Francisco arrancou risadas dos fiéis ao pedir "desculpas por ser um pouco feminista".
Evento contra crimesAlém de falar sobre as mulheres, o pontífice criticou o sistema penitenciário no mundo e disse que a aplicação de penas que não criem "esperança" é uma "tortura".
"O trabalho [da Justiça] não termina com a sentença, é preciso reintegrar aqueles que erraram e reabilitar a vítima", disse ainda o líder católico aos magistrados presentes no encontro.
"É preciso erradicar a exploração e o tráfico de pessoas e todas as novas formas de escravidão como a prostituição, o crime organizado e o tráfico de drogas. Bento XVI definia estes crimes como de lesa-humanidade e eles devem ser reconhecidos como tal por todos os líderes religiosos, políticos e sociais", ressaltou.
Para o papa, o problema para que tudo isso não seja combatido da forma correta é a corrupção. "Um dos grandes males sociais é a corrupção, em todos os níveis, que enfraquece os governos, a democracia participativa e também as atividades da Justiça", concluiu.
A preocupação de Francisco com o sistema presidiário no mundo é alvo de constantes falas do líder católico. Além disso, sempre que possível, o pontífice visita prisões em vários locais do mundo em que realiza visitas.