
O Tribunal do Júri da 4ª Vara Criminal de Palmeira dos Índios julga nesta terça-feira (11) Talisson Romero França, conhecido como “Nesquita”, acusado de assassinar Marcos Henrique de Barros, de 27 anos, o “Orelha”. O crime ocorreu em 11 de janeiro de 2023, na porta do Hospital Regional Santa Rita, em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, e causou grande repercussão pela audácia da execução na frente de uma unidade de saúde e em plena via pública.
O julgamento será presidido pelo juiz Christiano Sibaldo. O Ministério Público de Alagoas (MPAL) deve pedir a condenação do réu por homicídio qualificado, com base em motivo torpe e execução relacionada ao tráfico de drogas.
De acordo com os autos do processo, aos quais o Portal Todo Segundo teve acesso, Talisson Romero França, o “Nesquita”, é apontado como o autor dos disparos que mataram Marcos Henrique de Barros na saída do hospital. À época, o acusado aguardou o paciente deixar a unidade de saúde após receber alta médica e o surpreendeu com uma sequência de tiros, fugindo logo em seguida.
Durante o ataque, paredes e uma porta do hospital foram atingidas pelos disparos, o que provocou pânico entre pacientes e funcionários, mas não houve registro de outras pessoas feridas.
Ainda conforme o processo, Marcos Henrique estava internado no hospital após ser baleado em uma troca de tiros com outro homem. Ele teria dado entrada na unidade para retirar uma bala que permanecia alojada em seu corpo, quando acabou sendo executado.
Na época do crime, “Nesquita” foi filmado em fuga pelo sistema de videomonitoramento do município, e as imagens foram divulgadas publicamente, ajudando a identificar ele como o autor da execução. Após mais de cinco meses foragido, ele foi preso no bairro Cidade Universitária, em Maceió, onde se escondia na casa de familiares. Desde então, permanece detido preventivamente pelo homicídio de Marcos Henrique, o “Orelha”.
A denúncia do Ministério Público aponta que “Nesquita” teria agido a mando de Alex Tavares Jacinto, de 25 anos, conhecido como “Barão do Tráfico”, considerado líder de uma organização criminosa que atuava na região. O homicídio teria sido motivado por disputa pelo controle do tráfico de drogas em Palmeira dos Índios.
Também foi denunciado Matheus Guilherme Leite, cunhado de Talisson, que pilotava a motocicleta usada no crime e auxiliou na fuga. No entanto, apenas Talisson permanece preso preventivamente.
Meses após o assassinato de “Orelha”, o suposto mandante, Alex Tavares, o “Barão”, foi executado a tiros em outubro de 2023, no bairro Vila Maria, em Palmeira dos Índios, em um episódio possivelmente ligado ao mesmo contexto criminoso.
O caso ganhou destaque em todo o Agreste de Alagoas pela ousadia da ação, o local da execução e as conexões com o tráfico local. O julgamento desta terça-feira deve encerrar um dos episódios mais violentos e simbólicos dos últimos anos no município.
O veredito do júri popular é aguardado com expectativa, já que o crime expôs a presença e a rivalidade de facções criminosas atuando no interior do estado.

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