26/11/2025 21:46:59
Justiça
Ex-prefeito de Maribondo é condenado a mais de 13 anos por assassinato
Após a leitura da sentença, Leopoldo foi encaminhado imediatamente ao sistema prisional
MPE/ALEx-prefeito de Maribondo é condenado a 13 anos e 6 meses por assassinato de corretor
Todo Segundo

O ex-prefeito de Maribondo, Leopoldo César Amorim Pedrosa, foi condenado nesta quarta-feira (26) a 13 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo assassinato do corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira, morto em 2015. O julgamento, realizado no Fórum de Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió, reuniu depoimentos emocionantes e tensos ao longo do dia. Após a sentença, Leopoldo foi conduzido imediatamente ao sistema prisional.

A primeira testemunha a depor foi João Assis Vieira Neto, irmão da vítima. Ele afirmou que não havia qualquer proximidade entre sua família e o ex-prefeito e mencionou o envolvimento de Leopoldo com tráfico de drogas, cheques sem fundo e prisões anteriores.

Em seguida, o filho de Gerson, Murilo Souto, policial penal, prestou um dos depoimentos mais fortes do julgamento. Chorando, lembrou que o pai temia o ex-prefeito por causa de ameaças relacionadas à cobrança de uma dívida pela compra de um imóvel.
— “O que fizeram com meu pai foi uma covardia. Mataram ele e jogaram num canavial para os bichos comerem. Nem reconhecer foi possível, o caixão teve de ficar fechado”, disse emocionado.

Murilo relatou ainda que, no dia em que desapareceu, Gerson havia marcado um encontro com Leopoldo para tratar justamente da dívida. O celular do corretor foi desligado logo após o meio-dia e, cerca de 15 dias depois, o corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição.

Durante o julgamento, a defesa de Leopoldo tentou atribuir a responsabilidade do crime a outro corretor de imóveis, identificado como Fernando, alegando desentendimentos entre ele e a vítima. O ex-prefeito negou participação no homicídio e disse manter “relação de amizade” com Gerson, chegando a nomeá-lo gerente de uma franquia de sua responsabilidade.

A ex-sogra do réu, Rosineide de Oliveira Vasconcelos, também foi ouvida. Ela confirmou episódios de violência doméstica, embora tenha minimizado algumas agressões registradas em boletins de ocorrência.

O Ministério Público ressaltou que, segundo testemunhas, Gerson temia exclusivamente Leopoldo, mencionando episódios de violência e consumo de drogas envolvendo o ex-prefeito. Em alguns momentos de tensão, a juíza precisou intervir diante de discussões entre acusação e os cinco advogados que compunham a defesa do réu.

Após as discussões finais, réplica do promotor e nova tentativa da defesa de desqualificar os depoimentos, os jurados votaram pela condenação. Leopoldo Pedrosa recebeu 13 anos e seis meses de prisão em regime fechado, encerrando um processo que levou dez anos para ser julgado.

O ex-prefeito deixou o tribunal escoltado e já está sob custódia do sistema prisional alagoano.

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