O Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) da Universidade Federal de Alagoas vai receber meninas da rede pública de ensino para uma imersão pelo programa Futuras Cientistas, do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), ligado ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI). Serão 15 vagas ofertadas para a Ufal e as selecionadas poderão participar de atividades no Grupo de Catálise e Reatividade Química (Gcar) e no Laboratório de Metabolismo e Proteômica.
Os professores Simoni Meneghetti e Francis Soares Gomes, coordenadores dos dois laboratórios, respectivamente, submeteram planos de trabalho no projeto nacional e poderão receber alunas e professoras do ensino médio para desenvolver atividades durante o mês de janeiro de 2023.
“O projeto é muito importante porque a representatividade feminina ainda é baixa na ciência, apesar de todo o potencial. Estimular isso é essencial para mudanças de perspectivas e, futuramente, para o desenvolvimento de Alagoas e do Brasil”, destacou o professor Francis e completou com suas expectativas: “Espero que elas gostem do ambiente universitário. Espero também poder estimular nelas a busca por novos desafios e conhecimentos”.
Iniciativa ganha espaço nacional
Criado pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) e coordenado pela professora Giovanna Machado, até o ano passado envolvia os estados de Pernambuco, Paraíba e Sergipe, e foi vencedor do Prêmio LED – Luz na Educação. Em 2023 vai contemplar todos os Estados e o Distrito Federal e ofertar 470 vagas para alunas do 2º ano do ensino médio e também para professoras da rede pública. As estudantes vão receber bolsa auxílio no valor de R$ 483,00.
O Programa Futuras Cientistas tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e busca facilitar e incentivar o ingresso de meninas nas ciências e estudos da área. Em dez anos de existência, cerca de 70% das participantes foram aprovadas no vestibular e 80% escolheram cursos nas áreas de ciências e tecnologia.
A professora Simoni Meneghetti, que vai receber as meninas pelo Programa, já é atuante em iniciativas parecidas. Em 2018, o Gcar teve o projeto Meninas na Biorrefinaria aprovado no CNPq, com envolvimento de cinco escolas de Maceió, Arapiraca e Rio Largo. Agora, está na expectativa para fazer a iniciação das alunas selecionadas no projeto nacional.
“Será um grande prazer participar e mostrar como se faz ciência pra essas meninas e discutir a importância da participação das mesmas em todas as oportunidades de inclusão”, reforçou Simoni.
A Ufal no Programa
Nas frentes de ações do programa estão: Imersão Científica, Banca de Estudos, Mentoria e Estágios nas instituições parceiras. Na Ufal, as alunas selecionadas poderão escolher entre as vagas para o projeto Leite: análise de qualidade e avaliação de uma nova alternativa para produção de queijo ou no projeto De olho no óleo: movimento feminino em prol da sustentabilidade social como prática de ensino e o empreendedorismo local. O objetivo desse último é a coleta de óleo de cozinha para obtenção de sabão para possível distribuição em comunidades carentes.
Podem participar da seleção, estudantes que estiverem cursando o 2° ano do ensino médio e professoras do ensino médio de escolas públicas estaduais regulares e de tempo integral, com disponibilidade de 30 horas semanais, divididas entre os períodos da manhã e da tarde, conforme edital.
As 15 vagas da Ufal são distribuídas para ampla concorrência; pretas, pardas, indígenas (PPIs) e quilombolas; trans e travestis, além de candidatas PCD.
A recepção das meninas aprovadas será no dia 3 de janeiro e as atividades seguem até o dia 31. Após esse período o pesquisador-orientador vai enviar um relatório de avaliação do projeto de pesquisa desenvolvido pela estudante e professora.
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