A decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli, de manter a votação para a presidência da Câmara e do Senado secretas, beneficia os tradicionais políticos e dificulta o presidente Jair Bolsonaro de ter o apoio da maioria das duas bancadas e conseguir aprovar as pautas do governo.
Essa decisão do presidente do SFT, segundo cientistas políticos, favorece a candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL) a presidência do Senado. Uma vitória de Calheiros não será nada comemorada por Bolsonaro, visto que, desde que o senador alagoano apoiou Fernando Haddad a presidência nas eleições de 2018, a relação de Calheiros com Bolsonaro só piorou.
Outros dois senadores surgem como fortes adversários a Calheiros, Major Olímpio, senador paulista pelo partido de Bolsonaro, e Tasso Jereissati, pelo PSDB. Mas ninguém duvida do poder de articulação de Renan em uma casa que ele conhece tão bem.
Na decisão, Toffoli alegou que o STF não pode interferir em questões internas do poder legislativo, isso configura uma interferência na autonomia dos três poderes, o presidente do STF justificou que isso é uma decisão interna.
Cientistas políticos alegam que a votação aberta coloca os políticos na mira da opinião pública, colando pressão e suas tomadas de decisão, no entanto, a votação secreta, mantida até o momento, favorece a articulação dos tradicionais políticos das duas casas.
A equipe do governo Bolsonaro considera vital para aprovar pautas como previdência e outras promessas da campanha, eleger aliados tanta na Câmara quanto no Senado. Renan Calheiros parece ser a “pedra no sapato” do atual governo.
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