A decisão do governo dos Estados Unidos de impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocou reações imediatas e acaloradas entre lideranças políticas de Alagoas em suas redes sociais. O episódio evidenciou a polarização no cenário político local, com parlamentares alinhados à direita comemorando a medida e figuras da base governista repudiando a atitude norte-americana.
O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil) não poupou críticas ao STF. Em suas redes sociais, classificou o atual cenário institucional brasileiro como “uma ditadura da toga”. Para ele, a democracia está sob ataque, mas não por quem costuma ser apontado como ameaça. “A sanção deve recair sobre aqueles que envergonham o Brasil e rasgam a Constituição. Esses se comportam como donos absolutos da lei e da verdade. Merecem cadeia!”, disparou. Gaspar ainda afirmou que o ministro Moraes “fez por onde” para ser punido com base na Lei Magnitsky, instrumento utilizado pelos EUA para sancionar autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos.
Já o deputado estadual Cabo Bebeto (PL), conhecido por suas posições combativas contra o Judiciário, afirmou que a sanção “veio em boa hora”. “Quem procura acha. A mais antiga democracia do mundo reconheceu os crimes que Alexandre de Moraes vem cometendo no Brasil. Agora só falta o impeachment dele e do presidente Lula”, declarou. O parlamentar também convocou a população alagoana para participar de um ato público contra o STF no próximo domingo (3), em Maceió.
Na contramão das críticas, o senador Renan Calheiros (MDB) saiu em defesa do ministro. Para ele, a decisão do Departamento do Tesouro americano é “inaceitável e desproporcional”. “É uma tentativa inútil de interferência externa sobre o funcionamento do nosso sistema jurídico. Minha total solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, que tem atuado com firmeza na defesa da democracia brasileira”, escreveu Renan em publicação nas redes sociais.
As sanções contra Moraes envolvem o congelamento de quaisquer bens que ele eventualmente possua em território americano e a proibição de entrada nos Estados Unidos. O episódio ampliou o clima de tensão entre instituições brasileiras e deve esquentar ainda mais o debate político às vésperas do ano eleitoral de 2026.
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