A Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) levará, nesta quarta-feira (24), às 9h30, uma audiência pública para o município de Craíbas, no Agreste, onde moradores denunciam os impactos causados pela exploração de cobre na Mina Serrote, operada pela Mineração Vale Verde (MVV).
O encontro será conduzido por uma comissão de deputados presidida por Ronaldo Medeiros (PT) e contará ainda com a presença dos parlamentares Ricardo Nezinho (MDB), Gilvan Barros (MDB), Breno Albuquerque (MDB), Silvio Camelo (PV) e Fernando Pereira (PP). Representantes da Semarh, do Instituto do Meio Ambiente (IMA), da Defensoria Pública, da Secretaria de Direitos Humanos e do Ministério Público também foram convocados para acompanhar os debates.
Os moradores de Craíbas relatam que a rotina da cidade vem sendo alterada desde o início da operação da mineradora. Entre as principais queixas estão rachaduras em imóveis, tremores de terra, excesso de poeira, ruídos constantes, explosões fora do horário acordado, risco de contaminação de rios e prejuízos tanto à agricultura quanto à saúde da população.
Para o deputado Ronaldo Medeiros, os relatos soam como um alerta de possível tragédia ambiental e social.
— A população de Craíbas vive com medo. O que acontece ali lembra muito o que Maceió sofreu com a Braskem. Não vamos permitir que se repita uma tragédia. Vamos cobrar fiscalização, providências e segurança para as famílias e para o meio ambiente — declarou o parlamentar.
Durante a audiência, os deputados devem ouvir diretamente os moradores, além de realizar visitas às residências atingidas e registrar as denúncias in loco. A comissão se comprometeu a elaborar um relatório, que poderá sugerir medidas emergenciais e acionar órgãos de controle para reforçar a fiscalização sobre a atividade da empresa.
A Mineração Vale Verde, que recentemente passou a ser controlada pelo grupo chinês Baiyin Nonferrous, rebate as críticas. Em nota, a companhia afirma que cumpre rigorosamente a legislação ambiental, mantém diálogo constante com as comunidades vizinhas e que suas operações seguem os compromissos assumidos junto aos órgãos fiscalizadores.
Ainda assim, moradores e entidades locais questionam a versão da empresa e exigem uma atuação mais firme dos órgãos públicos para evitar que os impactos ambientais e sociais se agravem.
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