Após exposição de racha, situacionistas usam rádio para se justificar Todo SegundoPor Berg MoraisA matéria publicada anteriormente aqui no blog, que tratou sobre o afastamento da médica Verônica Medeiros (PSDB) do grupo da gestão tucana em Palmeira dos Índios, gerou tamanha repercussão que levou as pessoas citadas no texto a tentarem dar explicações numa emissora de rádio local, durante a última semana. Além de Medeiros, os secretários municipais Rodrigo Gaia (PSDB) e Antônio Fonseca (PMDB) também usaram as ondas do rádio para confundir ainda mais a opinião pública e expor o desentendimento interno.
O que falaram os entrevistados? Absolutamente nada, referente ao contexto da polêmica. Foi um entrevistado por dia e o primeiro, Rodrigo Gaia, deixou claro o poder de sua família sobre o atual gestor. Dra Verônica e Fonseca só revelaram ter o mesmo sonho: ser o escolhido (ou escolhida) para representar o grupo situacionista na sucessão de James Ribeiro (PSDB), na prefeitura do município.
A entrevista mais longa foi a de Verônica Medeiros. Claro que tinha de ser a mais duradoura em decorrência dos seus serviços prestados à população como médica e gestora pública. Ela foi sincera com as respostas ao entrevistador e generosa na maneira em tentar desmentir a informação publicada aqui no blog. Mas pela sua voz, foi fácil notar a sua insegurança ao falar sobre a (des)confiança que tem no grupo que está atualmente.
O maior fiasco de todas as entrevistas foi a de Antônio Fonseca. Com sua voz cansada e atropelando palavras, ele tentava deixar claro seus vinte e poucos anos na vida pública, mas o que não ficou nítido foi o que ele realmente fez enquanto detentor de cargo público por mais de duas décadas. Depois de ter sido vereador e candidato a vice-prefeito do próprio James Ribeiro, ele fica de escanteio há quase dez anos – ou melhor: no banco de reservas.
O que os três pretendentes a vaga de suceder James Ribeiro com o apoio do grupo situacionista conseguiram com as entrevistas foi expor ainda mais a crise e o desentendimento interno. Mas será mesmo que vale a pena todo esse desgaste em busca do apoio de uma gestão tão desequilibrada quanto essa?
Por fim, acredito, humildemente, que Fonseca e Verônica serão forçados a apoiar Rodrigo Gaia. Explico: com a reforma política, o prazo para filiação partidária se finda há seis meses antes das eleições de 5 de outubro. Isso quer dizer que até março ou abril os líderes do grupo irão manter a expectativa sobre o nome do escolhido (Rodrigo) para não haver um racha. Quando não tiver mais tempo para a formação de novas chapas, o anuncio oficial será feito, e até lá os demais continuarão sendo iludidos.
Se a divulgação do candidato “cabeça de chapa” for feita agora, a fragmentação do grupo deixará de ser previsão e será um fato. Essa é, provavelmente, a estratégia montada para acalmar e segurar Verônica e Fonseca na situação e os deixar sem espaço para traçarem outros rumos.
Há quem diga que o apoio de Fonseca não vale nem essa publicidade toda. A balança pesa mais para Dra Verônica, que como já foi dito, é boa de bolso e tem grupo. Resta agora aos interessados decidirem se irão continuar no “canto da sereia” ou irão aceitar os fatos e buscar novos horizontes.
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