O deputado Arthur Lira (PP-AL) deu um passo relevante na consolidação de sua candidatura a presidente da Câmara. Anunciou nesta terça-feira (19), que elevou de 32 para 36 o número de apoios dentro da bancada do PSL e, assim, deve ter essa legenda formalmente no bloco que sustenta sua campanha. A eleição é em 1º de fevereiro de 2021.
Os deputados Charlles Evangelista, Delegado Pablo, Nicoletti e Luiz Lima comunicaram o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), da adesão ao bloco de Lira.
O PSL passa por uma situação curiosa desde 2019, quando rompeu com o presidente Jair Bolsonaro. Dos 52 deputados que elegeu em 2018, a legenda decidiu suspender 17. Esses congressistas não podem exercer várias atividades dentro da Câmara, inclusive não têm poder para opinar quando a agremiação faz ou desfaz um bloco partidário.
Para entrar num bloco, metade dos deputados de uma legenda deve estar a favor. No caso do PSL, quando se considera o número de vagas conquistadas nas urnas (que é o que vale), são necessários 27 deputados. Mas como 17 estão suspensos, a maioria tem de ser entre os 35 que permaneceram com direitos plenos –ou seja, 18 assinaturas.
Dos 36 deputados do PSL que hoje apoiam Arthur Lira para ser o próximo presidente da Câmara, há 19 que têm plenos direitos dentro do partido. Isso sepulta a chance de a legenda se aliar ao adversário de Lira na disputa, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado pelo atual presidente da Câmara.
O presidente nacional do PSL é o deputado Luciano Bivar, de Pernambuco. Ele esteve presente na cerimônia de lançamento da candidatura de Baleia Rossi e luta para manter sua legenda dentro do bloco de apoio ao emedebista.
Sem o PSL formalmente no bloco pró-Baleia, diminuiu a força do grupo porque fica reduzida a proporcionalidade para obter cargos que essa chapa deseja na Mesa Diretora da Câmara.
MANOBRA REGIMENTAL
Até a segunda-feira (18), quem estava ganhando a parada era Luciano Bivar. Numa reunião da Mesa Diretora, ele pediu vista de um processo que analisa se os 17 deputados suspensos do PSL podem ou não opinar sobre formalização de blocos partidários.
Dessa forma, não haveria uma decisão antes da disputa de 1º de fevereiro. O PSL poderia ficar formalmente dando apoio a Baleia Rossi.
Agora, com a maioria obtida por Arthur Lira, a manobra regimental tentada por Bivar e por Rodrigo Maia perdeu a eficácia.
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