DivulgaçãoBiu diz desconhecer denúncia de ex-diretor da Petrobras Todo SegundoO senador Benedito de Lira (PP), candidato derrotado nas eleições de 2014 para governo de Alagoas, disse apenas desconhecer fundamento na delação do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que envolve o seu nome e de mais 27 políticos em um esquema de corrupção.
O escândalo ganhou o Brasil através de uma reportagem do jornal Estado de São Paulo, na última sexta-feira (19). Até o momento, nenhum outro posicionamento do senador alagoano foi divulgado a impressa por sua assessoria de comunicação.
Além de Biu, o também senador Renan Calheiros (PMDB), pai do governador eleito Renan Filho (PMDB), é outro mencionado. O presidente do Senado negou envolvimento nos desvios de dinheiro e afirmou que suas relações com diretores da estatal "nunca ultrapassaram os limites institucionais".
Lava JatoCom início em um posto de gasolina – de onde surgiu seu nome–, a Operação Lava Jato, deflagrada em março deste ano e que já conta com sete fases, investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e políticos.
Uma das primeiras prisões foi a do doleiro Alberto Youssef, de 47 anos. Criado em Londrina, foi vendedor de pastel e contrabandista de eletrônicos do Paraguai antes de aprender o ofício de doleiro. Foi preso nove vezes. Uma delas pela participação no chamado caso Banestado, maior escândalo já investigado no Brasil sobre remessas ilegais de dinheiro.
Três dias depois, houve a prisão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras. Costa era investigado pelo Ministério Público Federal por supostas irregularidades na compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006. Ele passou a ser investigado pela PF após ganhar, em março de 2013, um carro de luxo de Youssef.
Tanto Costa quanto Youssef assinaram com o Ministério Público acordos de delação premiada para explicar detalhes do esquema e receber, em contrapartida, alívio das penas.
Em seu depoimento, o ex-diretor da Petrobras afirmou que havia um esquema de pagamento de propina em obras da estatal, e que o dinheiro abastecia o caixa de partidos como PT (de Dilma Rousseff), PMDB (de Renan Calheiros) e PP (de Benedito de Lira).
No final de outubro, Julio Camargo, da empresa Toyo-Setal, fechou acordo de delação premidada com procuradores. É o primeiro executivo a fazê-lo. Uma semana depois, outro executivo da empresa, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, também assinou uma delação.
No dia 14 de novembro, a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Lava Jato, que envolveu buscas em grandes empreiteiras como a Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht, além de outras sete companhias.
As empresas envolvidas têm contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras. As denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal foram acatadas e a Justiça Federal tornou réus 39 pessoas.
O juiz federal do Paraná Sérgio Moro é responsável pelas ações penais decorrentes da Lava Jato nos casos que não envolvem políticos –que possuem foro privilegiado e, por isso, são investigados pelo Supremo Tribunal Federal. O magistrado é referência no julgamento de crimes financeiros.
Com Folha de São Paulo e TV Globo