DivulgaçãoChico Nunes: O poeta improvisador orgulho de Palmeira dos Índios Todo SegundoPor Roberto GonçalvesO escritor e ator Mário Lago conta em sua narrativa em seu livro “Chico Nunes das alagoas”, que certa noite o poeta curtiu um porre durante todo o dia e atravessou a noite. Madrugada alta e fria na Princesa do Sertão, o poeta continuava curtindo suas angustias no cabaré do Propício.
Quase ao amanhecer, virou-se para o dono do negócio e gritou como se intimasse, talvez quem sabe, querendo até uma briga pra descarregar. Não adianta cobrar, não, Propício. Tô mais liso que bunda de santo.
- Tá certo Chico, afinal tu não dar prejuízo. Quando começa a tirar verso a freguesia se assanha e faz mais despesa. Pode deixar a conta dependurada na corda do sino. Mas sai depois que fazer um repente.
O trovador não se fez de rogado, que, em matéria de improvisar:
A minha vida tá sendo
Como cascão de lagoa
Ou como uma ferida grande
Na perna de uma pessoa,
Que quando já tá sarando
Vem um garrancho e magoa.