Por Carlos Augusto
A história deprimente se repete. A vergonhosa compra de votos continua a envolver grande parte das candidaturas. Essa prática é um atalho ilegal e imoral, além de se constituir na maior dor de cabeça dos TRE’s Brasil afora. Já é fato confirmado que pelo menos trinta dias antes das eleições, os candidatos e suas “diligências” se movimentam na calada da noite, e até mesmo à luz do dia, com suas “malas pretas” e suas estratégias, principalmente nas cidades do Interior e suas zonas rurais, onde a população é quase sempre desinformada e com alto nível de analfabetismo ou apenas consegue “desenhar” o nome, fato que os governos preferem que aconteça, pois quanto mais desavisado, o povo se torna mais vulnerável e manipulável, principalmente no que tange à corrupção desmedida.
Em recente sessão da Câmara Municipal de Palmeira dos Índios, um vereador registrou em Plenário que foi testemunha de uma suspeita de fraude, quando passou em frente a uma residência, ainda cedo da noite, onde observou uma aglomeração de cerca de 40 pessoas. Ressabiado, o parlamentar palmeirense entrou imediatamente em contato com a Justiça Eleitoral e com a Polícia, porém não soube informar qual foi o desfecho de sua denúncia. Outras queixas já foram registradas, como por exemplo, o fato de que equipes de um certo candidato, cujo nome não foi revelado, pasmem: estariam levando aparelhos de celular para que o público corrompido encostasse o polegar no visor, sob a ameaça de que se não se confirmasse o voto, a digital o denunciaria. É realmente o cúmulo da inocência e da ignorância. Sem falar no velho uso do cadastro, quando é paga a metade do valor e a outra metade será paga se a vitória se concretizar. E por aí a vergonha continua.
A prática da compra e venda de votos é vergonhosa para a política de nosso país. Infelizmente, os políticos brasileiros difundiram e alimentaram esta prática que vem se mantendo por anos. Cada vez mais os cidadãos conscientes, que sonham com uma política séria, abominam esta prática e lutam para moralizar a política nacional. A vergonha da compra de votos se estende , mas acredito que se torna algo ainda mais abominável quando se trata de candidatos que tentam se reeleger. Se o candidato já foi eleito vereador, prefeito, deputado, etc, e necessita comprar votos para se reeleger, é sinal visível de que ele não fez nada durante o seu mandato. O bom político, que pautou seu mandato em projetos populares, que defendeu os interesses dos cidadãos, não precisa comprar votos para se reeleger, seus atos enquanto político é que devem credenciá-lo a continuar no cargo político que ocupa. A compra de voto praticada por candidatos que tentam a reeleição é a maior prova de que ele não foi um bom político e não cumpriu de forma positiva o seu papel enquanto vereador, prefeito, deputado, senador, governador ou presidente.
A compra e venda de votos é uma vergonha mútua. Um crime eleitoral de ambas as partes. Lamentável falta de pudor, tanto do corruptor, quanto do corrompido.
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