02/02/2015 07:46:00
Política
Eduardo Cunha recebe 267 votos e é eleito presidente da Câmara dos Deputados
Deputado venceu adversários – Arlindo Chinaglia, Julio Delgado e Chico Alencar – no primeiro turno da votação
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Conforme o esperado, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, em votação realizada neste domingo (1º), no primeiro dia da nova legislatura. O legislador, que lançou sua candidatura em novembro, disputou o cargo com Arlindo Chinaglia (PT-SP), Julio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSOL-RJ).

Em uma votação que se esperava acirrada, sendo esperado um segundo turno que a levaria a durar longas horas noite adentro, o resultado foi de uma enorme tranquilidade para o peemedebista. Cunha venceu em primeiro turno, com 267 votos. Chinaglia obteve 136; Delgado, 100; e Alencar, oito.

Desta forma, o partido com a maior bancada no Congresso, o PMDB, inicia a nova legislatura da mesma forma que encerrou a anterior: com a presidência do Senado Federal – Renan Calheiros foi reeleito neste domingo – e, agora, da Câmara dos Deputados (antes ocupada por Henrique Alves).

Apesar de criticar a interferência do governo na campanha ferrenha pela presidência da Casa, Cunha ressaltou em seu discurso de vitória que não haverá retaliação do PMDB contra o PT, que comanda o Palácio do Planalto. "Estaremos sempre prontos, de portas abertas para o debate. E a campanha nos mostrou que temos de discutir dois pontos fundamentais para este país: a reforma política e o pacto federativo", apontou.

Cunha ainda prometeu atuar para que se tenha um Parlamento independente, altivo e que respeite os interesses da população brasileira. Ele criticou a submissão do Congresso em certas votações e afirmou que buscará sempre a independência da Casa, dialogando com todos os poderes sem abrir mão das pautas que considera importantes.

“A gente só quer que os poderes sejam independentes e harmônicos entre si”, resumiu.

Além de Cunha, a abertura da nova legislatura elegeu a composição da nova Mesa Diretora da Câmara, aquela responsável por dirigir as ações da Casa ao lado do presidente.

Farão parte dela Valdir Maranhão (PP-MA) (1º vice-presidente), Giacobo (PP-PR) (2º vice-presidente), Beto Mansur (PRB-SP) (1º secretário), Felipe Bornier (PSD-RJ) (2º secretário), Mara Gabrilli (PSDB-SP) (3º secretário) e Alex Canziani (PTB-PR) (4º secretário). Os quatro suplentes, que substituem os titulares em caso de necessidade, são os deputados Mandetta (DEM-MS), Gilberto Nascimento (PSC-SP), Luiza Erundina (PSB-SP) e Ricardo Izar (PSD-SP).

Governo enfraquecido
A vitória acachapante de Cunha é um baque ao Palácio do Planalto, que – em um ano que se inicia com crise econômica e denúncias cada vez mais profundas de corrupção na Petrobras – se mobilizou para emplacar o nome de um candidato próprio, Chinaglia, para chegar à presidência da Casa e facilitar sua governabilidade.

Apesar das expectativas de Cunha e seus aliados de receber mais de 300 votos, o que levou à derrota do governo foi o baixíssimo número de votos recebidos por Chinaglia. A campanha do petista contava ter ao menos 180 votos.

Para se levar o cargo em primeiro turno, é necessário ter a maioria simples de votos. Do total 513 deputados, os adversários de Cunha conseguiram atrair 244 – 23 a menos do que o peemedebista. Se Chinaglia tivesse obtido os mais de 40 votos com os quais sua equipe contava antes da divulgação do resultado, dificilmente a disputa seria encerrada sem um segundo turno.

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