22/04/2017 21:54:48
Política
Inércia de Teófilo e delações mudam os rumos de 2018 em Arapiraca
Principal aliado de Rogério Teófilo o ex-governador Teotônio Vilela Filho foi citado por delator da Odebrecht
DivulgaçãoInércia de Teófilo e delações mudam os rumos de 2018 em Arapiraca
Todo SegundoPor Roberto Gonçalves

A delação em depoimento  a Lava Jato, de um dos delatores da Odebrecht, o executivo Alexandre Biselli, que contou ao Ministério Público Federal (MPF) detalhes sobre uma reunião em que ocorreu o acerto de propina, destinada para gastos da campanha do então governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (2007-2014) pelo PSDB, podem mudar os rumos da eleição 2018 em Arapiraca.
 
De Acordo com Briselli, a reunião aconteceu no hotel Radisson na orla de Pajuçara em 2014. O mesmo hotel onde meses depois foi lançada a candidatura de Eduardo Tavares ao Governo do Estado e depois substituído por Júlio Cezar. Biselli deu detalhes de todo o processo de pagamento da propina, que, segundo ele, se iniciou entre janeiro e fevereiro de 2014, pelo então secretário estadual de Infraestrutura (Seinfra) de Alagoas, Marco Antônio Fireman.
 
O executivo contou que nesta reunião, após uma conversa com Fireman, o próximo contato foi com um assessor do secretário, identificado como Fernando Nunes, que teria perguntado sobre um acerto datado da época de concorrência da obra do Canal do Sertão, em 2009. Um compromisso de 5% para a campanha do então governador Teotônio Vilela. Após vários desdobramentos a propina teria ficado em torno de 2,2%.

Esse epísódio que macula a biografia do ex-governador, terá fortes reflexos negativos na eleição do próximo ano em Arapiraca, segundo colégio eleitoral do Estado e comandado pelo seu principal aliado o prefeito Rogério Teófilo (PSDB).A delação provoca um efeito “dominó” ribanceira abaixo, Aécio Neves em nível nacional, seguido do ex-governador Teotônio Vilela Filho e o prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo.

Sem rumos
Decorridos mais de três meses de governo com um discurso de mudança na campanha eleitoral, Teófilo e sua equipe, alguns ex-aliados de Célia Rocha, se mantem na inercia administrativa. O município enfrenta problemas na área da Saúde, Educação e com obras paralisadas a exemplo do esgotamento sanitário da cidade fortemente prejudicado com as últimas chuvas provocando transtornos em vários pontos da cidade. Outras obras paralisadas são de menor porte, a exemplo de Unidades Básicas de Saúde nos bairros Arnon de Mello e Novo Horizonte.

Reflexos negativos em 2018

Os principais prejudicados com esses acidentes de percurso nas eleições 2018, com as recentes delações, são os aliados políticos do ex-governador Teotônio Vilela Filho e do prefeito Rogério Teófilo que irão disputar reeleição ou mesmo outros cargos eletivos a exemplo dos deputados estaduais Rodrigo Cunha (PSDB) e Severino Pessoa (PSC).

Outro Aliado de última hora ao grupo de Teófilo, é o ex-deputado estadual Dudu Albuquerque que tenciona lançar o filho Bruno Albuquerque numa disputa por uma das vagas na Assembleia Legislativa Estadual.

No mesmo grupo, Severino Pessoa tem forte poder de decisão na gestão de Rogério Teófilo com  comando de importantes secretárias municipais a exemplo das pastas da Saúde e Educação e a esposa, Fabiana Pessoa é vice-prefeita. O parlamentar que é bem sucedido com os irmãos como empresários na iniciativa privada tem pretensões de disputar em 2018 um mandato de deputado federal.

Olhando no retrovisor
O prefeito Rogério Teófilo vem colocando como desculpa, para sua inercia e o engessamento da sua gestão na herança dos governos anteriores de Luciano Barbosa (PMDB) de quem foi vice-prefeito na primeira gestão e Célia Rocha (PSL). Até o ano de 2012, Teófilo estava diretamente vinculado ao grupo político que administrou a terra de Manoel André desde 1996. E  esse vínculo só foi quebrado após, não ter sido indicado para disputar o cargo máximo do município agrestino, depois de ser vice-prefeito no último mandato de Luciano Barbosa.
 
Na verdade, desde 1996, Teófilo poderia ter sido o nome de seu grupo político para disputar a majoritária local, mas por um motivo não revelado não o escolheram. O atual prefeito assistiu oito anos de sua colega e amiga no executivo e quando poderia ter sido o nome da chapa, foi trocado por Luciano Barbosa. O atual vice-governador  o fez esperar mais oito anos até que, quando acreditava ser o único possível a ser indicado, foi novamente desprestigiado e, em seu lugar, voltou Célia Rocha.
 
Durante os vinte anos em que sua turma governou Arapiraca, dezesseis contaram com sua participação e de alguns aliados. Atualmente, depois de mais de cem dias, o que vemos em Arapiraca é a continuidade do descaso da frustação e do abandono  Dessa forma, o que vemos em Arapiraca desde janeiro de 2017, é a continuidade do descaso com o povo. Uma gestão  administrativa que motivou o inicio do ano letivo 2017, fosse adiado
 
A maioria das escolas começaram a funcionar, outras não, a exemplo da Escola 31 de Março no bairro Brasília. Como explicar tamanho descompromisso com a educação e com a saúde com falta de medicamentos básicos nas Unidades Básicas de Saúde ?. Como explicar tamanho descaso com as ruas esburacadas em diversos bairros atrapalhando a vida dos seus moradores? Como explicar servidores tendo que ocupar em protesto o Centro Administrativo por não terem seus direitos respeitados?.
 
Como explicar o desrespeito aos demais trabalhadores cidadãos e cidadãs de Arapiraca ?.  Mas o prefeito não quer falar com o povo, e vai na contra-mão com o seu discurso de campanha de que faria uma administração transparente e compartilhada com o povo. Como explicar o restaurante Popular Jerimum fechado desde janeiro deste ano, deixando de servir mil refeições diárias a baixo custo para comerciários, mototaxistas, vendedores informais, aposentados e pessoas de baixa renda ?. O povo precisa e deve saber. “Todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”.diz a Constituição Brasileira.

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