A morte do policial militar reformado Cícero Irineu dos Santos, vítima de um latrocínio na madrugada desta sexta-feira (9), no Conjunto Salvador Lyra, em Maceió, gerou comoção e acirrou o debate político em Alagoas. O caso, embora não reflita uma violência descontrolada como em governos passados, é visto por opositores como mais um reflexo das falhas do atual governo na segurança pública.
Os deputados federais como Fábio Costa (PP), Marx Beltrão (PP) e Alfredo Gaspar (União Brasil) usaram suas redes sociais para criticar o governo estadual e cobrar ações mais efetivas para garantir a proteção da população e dos agentes de segurança.
Apesar da segurança em Alagoas ter melhorado em relação a governos anteriores, o assassinato de Cícero Irineu gerou indignação, com os opositores alegando que o estado ainda enfrenta desafios significativos nesse setor, especialmente quando se trata de proteger aqueles que dedicaram suas vidas ao serviço público.
O deputado Fábio Costa escreveu: “A população não aguenta mais conviver com tamanha violência e com a falta de segurança por parte do Estado. Cícero Irineu dos Santos não pode ser apenas mais um número. Ele é um nome, uma história de dedicação à população e membro de uma família que sente, profundamente, a dor dessa perda.”
Marx Beltrão também reagiu, destacando a preocupação com a continuidade dos desafios na segurança pública: “Maceió e Alagoas não podem ser reféns do crime. O povo está acuado, e o governo do estado, omisso. A escalada da violência é reflexo direto da falta de comando e de gestão.”
O ex-secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar, fez um alerta urgente: “Revoltante! O assassinato de um policial militar que passou a vida defendendo a população mostra o momento crítico que a segurança pública de Alagoas vive. A resposta tem que ser imediata. A bandidagem não pode se sentir livre para praticar crimes em Alagoas!”
Segurança pública segue sendo tema central de debate político
As manifestações públicas dos parlamentares refletem a insatisfação com a atual gestão e marcam a continuidade de um discurso de oposição que visa se fortalecer com as eleições de 2026. Fábio Costa, Marx Beltrão e Alfredo Gaspar têm como foco a reeleição à Câmara dos Deputados e pretendem utilizar o tema da segurança pública para intensificar suas críticas ao governo do estado e ao grupo liderado por Renan Calheiros (MDB).
Embora o quadro de violência em Alagoas não seja mais tão grave quanto nos piores momentos de governos passados, os opositores argumentam que o estado ainda não pode se dar ao luxo de ignorar os desafios da segurança. A morte do PM aposentado, em um bairro populoso da capital, alimenta a sensação de que é preciso mais ação por parte das autoridades estaduais.
O que dizem os especialistas
Especialistas em segurança pública afirmam que a situação de Alagoas está longe de ser desesperadora como em outros momentos históricos, mas ainda assim demanda investimentos contínuos em policiamento e prevenção. A crescente pressão sobre os serviços de segurança, somada ao aumento de casos de violência pontual, exige mais eficácia na aplicação das políticas públicas de segurança.
Analistas políticos também destacam que a segurança será um tema crucial nas eleições de 2026. Embora a situação não seja alarmante como em governos anteriores, a oposição se utiliza do caso de Cícero Irineu para cobrar mais comprometimento do governo atual em garantir a proteção dos cidadãos.
O silêncio do governo
Até o momento, o governo de Paulo Dantas (MDB) não se pronunciou oficialmente sobre as críticas feitas pelos parlamentares da oposição. A ausência de uma resposta clara aumenta a pressão sobre a administração estadual, que precisa lidar com as demandas de segurança e garantir um futuro mais seguro para a população alagoana.
O latrocínio
O sargento reformado da Polícia Militar de Alagoas, Cícero Irineu dos Santos, de 72 anos, foi assassinado por criminosos durante um assalto no início da manhã desta sexta-feira (9), no Conjunto Salvador Lyra, em Maceió. Ele aguardava um ônibus quando foi abordado por dois homens em uma moto. Cícero reagiu, chegou a balear um dos suspeitos, mas acabou sendo alvejado com vários tiros. Ao menos 18 cápsulas foram encontradas no local. Os criminosos fugiram levando a arma do militar e outros pertences.
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