21/12/2014 00:00:54
Política
Menção de Renan causa suspense no Senado Federal
Revelação da lista com políticos beneficiados no esquema de corrupção na Petrobras, pode atrapalhar reeleição de Calheiros especialmente o PSDB ao senado
DivulgaçãoMenção de Renan causa suspense no Senado Federal
Todo SegundoA revelação da lista com 28 políticos que teriam se beneficiado do esquema de corrupção na Petrobras, conforme delação premiada do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa ao Ministério Público Federal, publicada ontem pelo Estado, pode atrapalhar os planos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Peemedebistas afirmaram que, se for comprovada a relação de Calheiros com o esquema, o senador alagoano não terá condições de viabilizar sua reeleição para comandar o Congresso Nacional. Segundo um correligionário do senador, “Renan está enfraquecido” e “pode ficar ainda mais“ se aparecer na lista de acusados pelo doleiro Alberto Youssef.

A tentativa de reeleição de Calheiros já era contestada pela oposição, especialmente o PSDB. Agora, senadores do PT e outros partidos da base estariam articulando uma alternativa. Esse grupo teria até agora 30 dos 81 senadores.

O bloco começou a ser formado quando o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, indicado por Calheiros, foi citado por Paulo Roberto Costa

Já Henrique Alves, que foi derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte, corre o risco de não se viabilizar como ministro no segundo mandato de Dilma. Ele negocia, com apoio do vice-presidente Michel Temer (SP), uma indicação para o Ministério da Previdência Social.

Alguns parlamentares se surpreenderam com a inclusão de Alves na lista. A menção ao nome do presidente da Câmara aumentou a cautela dos deputados peemedebistas ao comentar a revelação. “Por enquanto, prefiro achar que (a delação) não compromete ninguém. Logicamente é desconfortável, mas não tem nada efetivamente”, comentou o deputado Lúcio Vieira Lima (BA).

Reflexo. Deputados tentaram desvincular o líder da bancada peemedebista, Eduardo Cunha (RJ), de Henrique Alves. Cunha é favorito na disputa pela presidência da Câmara. Os peemedebistas consideram que denúncias contra Alves, que não tem mais mandato parlamentar, não terão reflexo sobre o líder. “O candidato é o Eduardo Cunha e não o Henrique”, disse Leonardo Picciani (RJ), enfatizando que “é preciso saber o contexto em que as pessoas estão sendo citadas” pelo delator.

Já o deputado Danilo Forte (CE) acredita que a nova legislatura começará sob a pressão. “Vai ter reflexo com certeza na eleição das Mesas Diretoras e na indicação para os ministérios.”

O assunto deverá entrar na pauta da reunião de Temer com a bancada do PMDB na próxima segunda-feira cujo tema será a reforma ministerial.

Do Estadão

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