30/03/2017 13:00:29
Política
Polícia Federal investiga 9 deputados e 1 ex-deputado de Alagoas
De acordo com as investigações cerca de R$ 150 milhões foram desviados da Assembleia Legislativa do Estado
Cortesia / InternautaPolícia Federal investiga 9 deputados e 1 ex-deputado de Alagoas
Todo SegundoPor Alessandro Granda

A Polícia Federal (PF) concedeu entrevista na manhã desta quinta-feira (30), e revelou que pelo menos nove deputados e um ex-deputado de Alagoas são investigados pelo desvio aproximadamente R$ 150 milhões da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). As investigações fazem parte da Operação Sururugate, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), que apreendeu documentos no casa parlamentar.

Durante entrevista, não foi divulgado os nomes dos deputados alvos da investigação, porém informações de bastidores dão conta que são integrantes da Mesa Diretora entre 2010 e 2013, período em que foram realizados os pagamentos que estão sob suspeita. Procurada para se manifesta sobre o assunto, a assessoria da ALE ainda não se posicionou com relação às investigações.

O superintendente da PF, Bernardo Gonçalves falou sobre as investigações. "Salários foram ou ainda podem estar sendo pagos a pessoas que sequer possuem registros funcionais no setor de Recursos Humanos da Assembleia. A Assembleia não forneceu informações de onde esses servidores seriam lotados e um dos objetivos da busca é verificar também como esses servidores são pagos e sequer sabiam que recebiam da Assembleia Legislativa", disse.

Ainda de acordo com a PF, muitos funcionários desconhecem que tem seus nomes na folha de pagamento e outros que tenha algum vínculo com ALE, porém recebem apenas parte do salário. Um fator que chamou atenção dos agentes é que a maioria têm cadastro em programas sociais do governo federal, e isso foi o que deu início as investigações.

"Um dos parlamentares chegou a afirmar que deu o cargo para o sogro que era doente e fez para ajudar. A nora de um deputado admitiu que recebia R$ 6,5 mil sem ir trabalhar, uma agricultura que não consta nos registros funcionais conta que recebia R$ 24 mil, mas ganhava R$ 700, outra situação era de um funcionário com salário de R$ 1,4 mil e chegou a receber R$ 50 mil de salário às vésperas da eleição", destacou Gonçalves.

O superintendente da CGU, José Wilian Gomes, revelou que foram utilizados 11 bancos de dados para elucidar algumas irregularidas verificadas nas investigações.

"Tem servidores que receberam Seguro-defeso e do Bolsa Família. Encontramos uma variedade de benefícios da Previdência Social que eram pagos a servidores que exerciam cargos como de assessores parlamentares. Também da reforma agrária e de óbitos. Quase vinte pessoas falecidas recebiam salário pela Assembleia Legislativa", explica Gomes.

Aproximadamente 80 destes funcionários com pagamentos suspeitos estão incluídos no programa do Bolsa Família, e juntos receberam cerca de R$ 15 milhões. O delegado de crime organizado da PF, Daniel Silveira, informou ainda que foram expedidos mandados para o setor financeiro e de recurso humanos da ALE.

"As equipes estão selecionando documentos e dados. Foram instaurados dezenas de inquéritos policiais para apurar inicialmente o suposto recebimento indevido de programas sociais. A partir da coleta de dados da CGU, confirmou-se a suspeita de que se tratava de um suposto esquema para desvio de recurso", afirma Silveira.

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