Por Telma Elita
Um chamamento à união por Alagoas. Esse foi a base do discurso do governador Renan Filho, nesta quinta-feira (1º), ao tomar posse na Assembleia Legislativa, ao lado de seu vice, Luciano Barbosa, para o mandato à frente do Governo do Estado. A cerimônia, iniciada às 14h30, contou com a presença de representantes dos três Poderes e do Ministério Público.
Conduzida pelo deputado estadual Fernando Toledo, a cerimônia contou ainda com os presidentes do Tribunal de Justiça de Alagoas, José Carlos Malta Marques (atual) e Washington Luís (eleito), o presidente do Tribunal de Contas do Estado Otávio Lessa, o prefeito de Maceió Rui Palmeira, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Eustáquio Martins e dos deputados estaduais Marcelo Victor, Jota Cavalcante e Antonio Albuquerque.
Ante a representatividade e também imbuído pelo caráter democrático da Casa Tavares Bastos, sede da Assembleia, o governador fez um chamado a todos os Poderes e aos alagoanos: “Espero que o debate político encontre novos caminhos para resolver velhos problemas da nossa população”. Em seguida, destacou: “Este chamado à união, fraternal e sincero, eu o faço em nome de um valor humano, o mais alto deles, a maior conquista do mundo civilizado – a democracia”.
Números preocupantes
Esse esforço conjunto proposto, segundo o governador, faz-se necessário para o enfrentamento a números preocupantes relativos a quadros sociais e de desenvolvimento do Estado. Renan Filho apontou a taxa de desemprego de Alagoas como a segunda maior do Nordeste e a terceira do Brasil; e o Estado ser o último do país no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o indicador de qualidade de vida da população, medido pelo IBGE. Na educação, mais uma frente de luta: “Temos 21,6% de analfabetos. É o pior desempenho entre todos os Estados”. Mudanças também são necessárias na saúde: “Alagoas é o estado que menos investe em saúde no Brasil, com apenas R$ 0,57 por habitante por dia”.
No entanto, de acordo com o novo chefe do Executivo, o momento agora não é de acusações. “A História desses 200 anos (resumida no discurso) nos mostra que essa situação em Alagoas não vem de hoje, ela começou lá atrás, foi um processo que veio desaguar aqui. E não há como mudar o passado. Por isso não procuro culpados. Vamos trabalhar com o que temos, unir nossas forças e buscar o que falta”, salientou.
Entre as ações destacadas na organização da máquina administrativa, o governador adiantou: “Já é sabido que meu governo vai cortar cargos comissionados e diminuir o número de secretarias, reduzir a despesa com a folha de pessoal. Mas precisamos fazer mais”. Acrescentou: “Temos que eliminar desperdícios, erradicar gastos injustificados, criar uma cultura de austeridade completa e buscar ganho de eficiência”.
Renan Filho não esqueceu do papel decisivo do Governo Federal e da bancada de deputados e senadores alagoanos, em Brasília, para a construção de um novo cenário. “Me permito uma dose a mais de otimismo, porque tenho o apoio decisivo da presidente Dilma. Esse será o principal caminho para articular as necessidades de Alagoas com os investimentos que o Estado precisa”, concluiu.
Na trajetória política, Renan Filho lembrou seu mandato como deputado federal, nos últimos quatro anos, e prefeito da cidade de Murici, sua terra natal, por dois períodos.
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