DivulgaçãoSTF quebra sigilos de Renan por suspeita de desvios na Transpetro Todo SegundoDo JNO Supremo Tribunal Federal autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal do presidente do Senado, Renan Calheiros, por suspeita de desvios em contratos de uma subsidiária da Petrobras.
É mais uma frente da Operação Catilinárias, um desdobramento da Lava Jato, que, na última terça-feira (15), resultou em buscas em endereços de políticos e até na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB. A maioria dos alvos dessa investigação é do partido.
Na operação, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, não autorizou buscas na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros, também do PMDB, pedidas pela Procuradoria Geral da República, mas permitiu a quebra dos sigilos bancário e fiscal dele de 2010 a 2014.
As informações foram divulgadas pela revista “Época” e confirmadas pela TV Globo.
De acordo com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, por meio do ex-diretor Sérgio Machado, Renan recebia propina pelos contratos da Transpetro.
A revista disse que um dos pagamentos veio do contrato de R$ 240 milhões para a construção de 20 comboios de barcaças. As empresas do consórcio que venceu a licitação em 2010 fizeram doações para a direção estadual do PMDB de Alagoas, segundo a reportagem.
O Supremo também autorizou buscas desse diretório do PMDB, presidido pelo senador. O parlamentar responde a seis inquéritos na Lava Jato e já foi citado por delatores como destinatário de dinheiro desviado da Petrobras.
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que sabia que um percentual dos contratos da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, ia para Renan Calheiros.
Segundo Paulo Roberto, o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado entregou a ele, Paulo Roberto, R$ 500 mil de propina por contratações de navios pela Transpetro. Sérgio Machado também foi alvo da Operação Catilinárias.
Outro delator, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou que Renan pediu R$ 1,5 milhão para a campanha do filho. Pessoa afirmou que entendeu que poderia descontar a parte pedida por Renan da propina no contrato da usina de Angra 3, no Rio, e que repassou o suborno por meio de doações oficiais.
O empreiteiro também disse que Renan estava na lista de políticos e diretores da Petrobras que dividiriam US$ 15 milhões desviados de contratos de navios-sonda.
Renan Calheiros não quis dar entrevista. A assessoria do senador reafirmou que as relações dele com empresas públicas e privadas nunca ultrapassaram os limites institucionais e que o senador jamais credenciou, autorizou ou consentiu que seu nome fosse usado por terceiros.
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado negou as afirmações de Paulo Roberto Costa e disse que elas são absurdas. Sérgio Machado afirmou que durante a gestão dele, ninguém, além da Transpetro, foi beneficiado nas licitações.