19/12/2015 22:03:44
Política
STF quebra sigilos de Renan por suspeita de desvios na Transpetro
É mais uma frente da Operação Catilinárias, um desdobramento da "Lava Jato" que resultou na última terça (15)
DivulgaçãoSTF quebra sigilos de Renan por suspeita de desvios na Transpetro
Todo SegundoDo JN

O Supremo Tribunal Federal autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal do presidente do Senado, Renan Calheiros, por suspeita de desvios em contratos de uma subsidiária da Petrobras.

É mais uma frente da Operação Catilinárias, um desdobramento da Lava Jato, que, na última terça-feira (15), resultou em buscas em endereços de políticos e até na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB. A maioria dos alvos dessa investigação é do partido.

Na operação, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, não autorizou buscas na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros, também do PMDB, pedidas pela Procuradoria Geral da República, mas permitiu a quebra dos sigilos bancário e fiscal dele de 2010 a 2014.

As informações foram divulgadas pela revista “Época” e confirmadas pela TV Globo.

De acordo com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, por meio do ex-diretor Sérgio Machado, Renan recebia propina pelos contratos da Transpetro.

A revista disse que um dos pagamentos veio do contrato de R$ 240 milhões para a construção de 20 comboios de barcaças. As empresas do consórcio que venceu a licitação em 2010 fizeram doações para a direção estadual do PMDB de Alagoas, segundo a reportagem.

O Supremo também autorizou buscas desse diretório do PMDB, presidido pelo senador. O parlamentar responde a seis inquéritos na Lava Jato e já foi citado por delatores como destinatário de dinheiro desviado da Petrobras.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que sabia que um percentual dos contratos da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, ia para Renan Calheiros.

Segundo Paulo Roberto, o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado entregou a ele, Paulo Roberto, R$ 500 mil de propina por contratações de navios pela Transpetro. Sérgio Machado também foi alvo da Operação Catilinárias.

Outro delator, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou que Renan pediu R$ 1,5 milhão para a campanha do filho. Pessoa afirmou que entendeu que poderia descontar a parte pedida por Renan da propina no contrato da usina de Angra 3, no Rio, e que repassou o suborno por meio de doações oficiais.

O empreiteiro também disse que Renan estava na lista de políticos e diretores da Petrobras que dividiriam US$ 15 milhões desviados de contratos de navios-sonda.

Renan Calheiros não quis dar entrevista. A assessoria do senador reafirmou que as relações dele com empresas públicas e privadas nunca ultrapassaram os limites institucionais e que o senador jamais credenciou, autorizou ou consentiu que seu nome fosse usado por terceiros.

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado negou as afirmações de Paulo Roberto Costa e disse que elas são absurdas. Sérgio Machado afirmou que durante a gestão dele, ninguém, além da Transpetro, foi beneficiado nas licitações.

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