
Em decisão que volta a movimentar os bastidores políticos de Alagoas, o ministro André Mendonça, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a retomada das investigações da Polícia Federal contra o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Marcelo Victor (MDB). O inquérito apura suspeita de corrupção eleitoral em um episódio ocorrido às vésperas do primeiro turno das eleições de 2022, quando a corporação apreendeu R$ 146,6 mil em dinheiro vivo, além de listas de nomes e material de campanha em um hotel de luxo em Maceió.
A operação aconteceu dois dias antes da votação. Segundo a PF, os valores seriam destinados à compra de votos. Marcelo Victor, aliado político do governador Paulo Dantas (MDB) e do grupo dos Calheiros, estava no local acompanhado de um assessor, identificado como policial militar, que teria fugido com uma mala durante a abordagem. O parlamentar foi levado para prestar depoimento e, após ser ouvido, foi liberado.
Na época, o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) decidiu trancar o inquérito, sob o argumento de que não havia “fundada suspeita” que justificasse a revista pessoal feita pelos agentes federais. A corte também considerou as provas obtidas ilícitas, mantendo o processo em sigilo desde então.
O Ministério Público Eleitoral recorreu da decisão, pedindo a continuidade das apurações. Ao analisar o recurso, o ministro André Mendonça concluiu que o encerramento das investigações foi prematuro e declarou a licitude da apreensão realizada pela Polícia Federal, determinando que o caso volte a ser investigado. A decisão foi proferida no último dia 23 de setembro, de forma discreta, e só veio a público nas últimas semanas.
A informação foi revelada pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e reacende um dos episódios mais emblemáticos da campanha de 2022 em Alagoas, colocando novamente sob os holofotes um dos principais nomes do MDB alagoano e figura-chave na base política do governador Paulo Dantas.
Até o momento, o deputado Marcelo Victor não se manifestou sobre a decisão do TSE.
O caso segue sob sigilo e deve ter novos desdobramentos nas próximas semanas.

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