A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma carta pedindo paz nas eleições 2022 e condenando a manipulação religiosa e a divulgação de notícias falsas.
Entre outras coisas, documento divulgado nesta sexta-feira (02), diz que o Brasil está “envolto numa complexa e sistêmica crise”, cita desemprego, falta de acesso à educação e a fome, fala em violência latente, explícita e crescente, “potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na sociedade”, e defende o Estado Democrático de Direito como ” intrinsicamente vinculado à nossa missão apostólica”. ” Todas as vezes que esses compromissos têm sido abalados, não nos furtamos em levantar nossa voz”, inicia a mensagem, que fala em reafirmar o óbvio: “Nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto nacional”.
A carta assinada por 292 bispos católicos do Brasil é fruto da 9ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, que teve início no dia 28 de agosto, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Aparecida, no interior de São Paulo.
O texto também afirma que o Brasil, ao comemorar o bicentenário da Independência, deve se lembrar que é uma nação carente propostas de desenvolvimento humano, integral e sustentável e vítima de uma “economia que mata”.
“Celebramos as conquistas desses 200 anos de independência conscientes de que condições de vida digna para todos ainda constituem um grande desafio”, afirma a carta, que coloca a manipulação religiosa e as fake news como um motivo de preocupação, que “têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia“. “A manipulação religiosa, protagonizada por políticos e religiosos, desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil”, defende a CNBB, que também fala em corrupção; defende a Lei da Ficha Limpa e condenada as “tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas” que buscam questionar o processo eleitoral.
Neste contexto, os bispos reiteram apoio “incondicional” às instituições responsáveis pela legitimação do processo e dos resultados das eleições, em um claro aceno ao Tribunal Superior Eleitoral. “[Conclamamos] toda a sociedade brasileira a participar ativa e pacificamente das eleições. (…) Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude a buscar sempre a melhor política, uma das formas mais eminentes da caridade.”
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