29/12/2014 07:47:57
Saúde
A cirurgia bariátrica indicada para cada paciente
Veja as melhores alternativas de acordo com as condições de cada paciente
DivulgaçãoA cirurgia bariátrica indicada para cada paciente
Todo Segundo

Por Dr. Ricardo Cohen

Como qualquer tratamento, as cirurgias bariátricas e metabólicas são individualizadas, dependendo de diversos fatores, incluindo idade, número e severidade das doenças associadas. 

Relembrando o que já discutimos em artigos anteriores, as operações bariátricas são diferentes das metabólicas. Estas últimas tem como indicação o controle do diabetes do tipo 2 e das outras doenças associadas como hipertensão e hiperlipidemia (problemas com o colesterol e triglicérides), inicialmente através de mecanismos que não dependem da perda de peso.  

 
 

Relembrando o que já discutimos em artigos anteriores, as operações bariátricas são diferentes das metabólicas. Estas últimas tem como indicação o controle do diabetes do tipo 2 e das outras doenças associadas como hipertensão e hiperlipidemia (problemas com o colesterol e triglicérides), inicialmente através de mecanismos que não dependem da perda de peso.  

Sendo que o emagrecimento é um excelente efeito colateral a longo prazo e as bariátricas que tem como finalidade a perda ponderal para controle de outros problemas que são diretamente secundários ao excesso de peso, como problemas de articulações, coluna, refluxo de ácido do estômago para o esôfago dentre outras. 

Basicamente hoje estão regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina 4 tipos de operações: a gastroplastia em Y de Roux(GYR), que é a mais realizada no país (redução do estômago e desvio curto do intestino), a gastrectomia vertical (GV) e as operações chamadas de derivações bileo pâncreasicas (DBP) que são aquelas que essencialmente privilegiam a má absorção e tem um componente gástrico (redução do estomago) diferente da GYR. Finalmente, o último tipo de operação é a banda gástrica ajustável, praticamente não mais utilizada em nosso país por resultados pouco animadores a médio/longo prazo. Qualquer outro procedimento que não seja um destes listados acima deve ser considerado experimental e somente realizado sob protocolos de pesquisa. 

Dentre as cirurgias regulamentadas, as que apresentam melhor perda de peso a longo prazo são as DBP, porém ela é pouco utilizada pelo razoável risco de desnutrição a médio/longo prazo, além de que em alguns casos, a diarreia que pode ser consequente a essa operação leva a menor qualidade de vida dos operados. Atualmente, ela é exceção em nosso país. 

As outras 2 opções são as mais indicadas atualmente. A GYR é a operação que tem mais tempo de acompanhamento e é a que mais estudos tem em relação ao seu mecanismo de ação e seus resultados. A GV é relativamente nova, porém recentemente despertou entusiasmo na comunidade cirúrgica. 

A perda de peso da GV é melhor que a banda gástrica, porém menor que a GYR. Os resultados em relação ao controle do diabetes tipo 2 e dos outros componentes da síndrome metabólica, é também inferior à GYR. 

A GV deve ser indicada para aqueles sem diabetes avançado, com índices de massa corpórea (IMC) mais baixo, portanto com o objetivo de perda ponderal mais modesta. Já GYR tem bons resultados a longo prazo em pacientes diabéticos independentemente de sua severidade e boa perda ponderal. Por isso é a mais realizada no Brasil. 

Uma questão a ser discutida é a melhor opção nos superobesos ( IMC>50 kg/m2). Esse tópico é assunto muito debatido em publicações e congressos médicos. Alguns defendem nessa população as DBP, enquanto que outros a DYR. Alguns grupos propuseram primeiramente uma GV, melhora das condições clínicas e perda de peso e posterior complementação com uma GYR ou DBP (essa tática com 2 cirurgias é chamada de opção em 2 tempos). Nosso grupo do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz tem preferência nos superobesos pela DYR, com resultados satisfatórios a longo prazo, tanto em relação à resolução das doenças associadas, quanto a perda ponderal. 

Finalmente, os procedimentos bariátricas e metabólicos devem ser individualizados. A literatura mostra que em IMCs mais baixos (35 a 40 kg/m2) sem diabetes, a GV pode ser uma boa opção. A GYR tem bons resultados a longo prazo para os diabéticos e boa manutenção do peso a longo prazo. Apesar de bons resultados, DBP é uma opção de exceção pelo maior risco nutricional.  

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