19/09/2014 12:01:31
Saúde
Cada vez mais acessível, plástica exige planejamento; veja casos
Brasil é líder em cirurgias plásticas estéticas, segundo sociedade. Falta de planejamento pode trazer riscos; veja 4 passos importantes
Gisele Musselli/Arquivo pessoalCada vez mais acessível, plástica exige planejamento; veja casos
Todo Segundo

O Brasil é o país que mais faz cirurgias plásticas estéticas no mundo, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps). A melhora do poder aquisitivo da população e o surgimento de novas formas de pagamento foram fatores importantes para colocar o país nessa posição, de acordo com especialistas.

As novidades nos procedimentos estéticos serão apresentadas e discutidas no 22º Congresso Internacional de Cirurgia Plástica Estética, que começa nesta sexta-feira (19) e vai até segunda (22), no Windson Barra Convention Center, no Rio de Janeiro.

Só em 2013, foram feitas 1,49 milhão de cirurgias plásticas no Brasil. No mesmo período, os Estados Unidos - que ficaram em segundo lugar no ranking da Isaps - fizeram 1,45 milhão de cirurgias. Os procedimentos mais feitos no Brasil no ano passado foram lipoaspiração (227 mil cirurgias), mamoplastia (139 mil) e abdominoplastia (129 mil).

Apesar de esses procedimentos estarem cada vez mais acessíveis, é preciso planejá-los com cuidado, alertam os médicos. “Cirurgia é cirurgia. Ela não deve ser banalizada, deve ser encarada com seriedade”, diz o médico Fernando de Almeida Prado, presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP-SP).

Veja abaixo 4 passos importantes antes de decidir pela cirurgia plástica:

1) Meça suas expectativas diante da sua  realidade
De acordo com o médico Luciano Chaves, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), 25% dos pacientes que procuram um cirurgião plástico não têm condições de passar pelo procedimento.

Em alguns casos, a queixa do paciente sobre seu corpo não corresponde ao que o médico observa no exame clínico. Em outros, a avaliação clínica e os exames acusam impedimentos físicos ou psicológicos. Nessas situações, cabe ao cirurgião desaconselhar a cirurgia.

“O cirurgião plástico tem que fazer uma terapia breve com o paciente porque tem que perceber que certos pacientes não podem operar”, diz o cirurgião Alexandre Piassi Passos, do Hospital Sírio-Libanês. “É muito frequente, por exemplo, pessoas de 45, 50 anos, que se separam de uma união matrimonial e que querem operar tudo e resolver toda insatisfação pessoal na cirurgia.”

Para os especialistas, também é importante que as expectativas em relação à cirurgia estejam adequadas à realidade. O cirurgião plástico André Mattos afirma que o principal motivo que leva um médico a desaconselhar o procedimento é a existência de uma expectativa irreal por parte do paciente.

“Condições clínicas como pressão alta, diabetes e doenças crônicas não impedem a cirurgia, desde que estejam controladas. Alterações psicológicas podem ser impeditivas, como a visão deturpada do próprio corpo, o que pode levar a um exagero de plásticas”, diz Mattos.

2) Saiba como escolher o médico
Para escolher um cirurgião plástico, o ideal é ter indicações de outros médicos ou de um paciente que já tenha se submetido a uma cirurgia com esse profissional. Também é recomendado que o paciente consulte se o médico é certificado pela SBCP, no site da instituição.

Não foi o que fez a gerente de contas Gisele Matos Musselli, de 33 anos, que vive em São Paulo. Ela achava que seu nariz não era proporcional em relação ao rosto e, aos 25 anos, sem pedir indicações nem pesquisar sobre profissionais, marcou o procedimento com o primeiro médico que consultou. “Não gostei do resultado. Ficou mais feio do que era, com um desvio na ponta, como um nariz de bruxa”, conta.

A estudante de veterinária Amanda de Souza Carau, de 25 anos, relata que se consultou com vários profissionais antes de escolher seu cirurgião. Em julho, ela fez uma mastopexia – cirurgia que retira o excesso de pele das mamas – com colocação de prótese de silicone. “Às vezes, o médico é um profissional muito bom, competente, mas você não se identifica, não tem a confiança de fazer”, diz.

Quando encontrou um médico de quem gostou, marcou a cirurgia para uma semana. “Se a plástica é realmente uma vontade que a pessoa tem, deve fazer. Depois, a pessoa fica bem consigo mesma, aumenta sua autoestima. Eu aconselho.”

3) É preciso ter confiança
Para Almeida Prado, é essencial que o paciente se sinta à vontade com o cirurgião. “O médico tem obrigação de informar e responder todas as perguntas. A consulta não deve ser rápida, tem de haver tempo suficiente para exaurir todas as dúvidas, para o médico conhecer o paciente e o paciente conhecer o médico.”

4) Não faça nada com pressa
A cirurgia plástica não é um procedimento de emergência, com raras exceções. Por isso, médicos recomendam que o paciente não tenha pressa. “A programação de agenda é fundamental. A pessoa tem que estar tranquila, não pode estar preocupada, nem em relação a questões financeiras. Não se deve economizar nesta hora. É melhor esperar e fazer com o médico com quem está querendo e não escolher o mais barato “, diz Passos.

A professora Dedré Queiroz Reuter, de 47 anos, que fez uma cirurgia na mama em maio, conta que muitos conhecidos acharam o valor que ela pagou pela cirurgia caro demais. Ela discorda: “Pensei: se é pra fazer, vamos fazer a coisa bem feita. Na primeira consulta, já me senti muito confiante e tive uma indicação muito boa da minha dermatologista. Como confio nela, não procurei nenhum outro médico.” Ela gostou tanto do resultado que agora planeja uma segunda cirurgia para retirar as bolsas sob os olhos.

Chaves, da SBCP, afirma que não existe uma tabela de preços para cirurgias plásticas. Isso porque os honorários médicos podem variar bastante. Ele, porém, cita alguns valores de referência: “Uma cirurgia única, de nariz, de mama ou de abdômen, é em média R$15 mil. Se forem duas associadas – abdômen com mama, por exemplo – entre R$25 e R$30 mil.”

No caso da colocação de próteses de silicone – seja na mama, no glúteo ou na panturrilha – o paciente deve levar em conta um outro fator no momento de planejar sua cirurgia: o fato de que a prótese deve ser trocada em algum momento. “O único paciente que não deve ter alta é o que faz implantes de silicone”, diz Passos. Segundo ele, não existe uma periodicidade definida para a troca das próteses. O paciente deve ser acompanhado e se submeter a exames periódicos com o cirurgião para avaliar a qualidade do implante. A média de tempo de troca da prótese é de 8 anos.

Do G1

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