O Brasil registrou 72 mil novos casos de tuberculose em 2018, segundo o Ministério da Saúde. No ano anterior, foram 73 mil.
Segundo a pasta, a doença tem relação direta com a pobreza e a exclusão social. Entre os novos casos, 10,4% são presidiários, 8,7% pessoas com HIV, 2,5% população de rua e 1% indígenas, considerados de maior vulnerabilidade à doença.
A tuberculose matou 4,5 mil pessoas em 2017 e 4,4 mil no ano anterior, no país. Os números de 2018 ainda não foram divulgados.
Exames para diagnóstico e tratamento para a doença estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde).
Neste domingo (24), Dia Mundial de Combate à Tuberculose, o ministério está lançando uma campanha publicitária para chamar a atenção em relação aos sintomas da doença. O público-alvo são homens entre 25 e 40 anos, os mais afetados pela tuberculose, segundo a pasta.
Os principais sintomas são tosse por três semanas, febre vespertida, sudorese noturna, cansaço e emagrecimento, segundo a pasta.
Além do diagnóstico precoce, outra preocupação do governo é informar sobre a importância da não interrupção do tratamento, que dura no mínimo seis meses, para que se alcance a cura da doença.
A tuberculose é um problema de saúde pública. Trata-se da quarta causa de morte entre as doenças infecciosas e primeira as entre doenças infecciosas em pessoas com HIV no Brasil. De acordo com a nova classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde), o país ocupa a 20ª posição na lista dos 30 países prioritários para tuberculose.
Segundo a OMS, a tuberculose é uma das doenças infecciosas que mais matam no mundo. Cerca de 10 milhões de pessoas contraíram a doença no mundo, em 2017, e 1,3 milhão morreram.
A principal forma de prevenir a doença é por meio da vacina BCG, disponível na rede pública - em UBS e maternidades. Essa vacina deve ser dada à criança, ao nascer, ou, no máximo, até os 4 anos de idade.
OMS orienta uso de remédio oral
A OMS divulgou na quinta-feira (21) uma nova orientação para o tratamento da tuberculose multirresistente (MDR-TB), recomendando o uso de medicamento oral no lugar de injetável.
A agência da ONU argumenta que o remédio é mais eficaz e provoca menos efeitos colaterais. "Medicamentos injetáveis não são mais considerados prioridade no desenho de regimes de tratamento contra esse tipo de tuberculose", afirmou por meio de nota.
Segundo a OMS, a medida faz parte de um pacote de ações que serão anunciadas para acelerar o fim da tuberculose. Cerca de 54 milhões de pessoas alcançaram a cura da doença nos últimos 20 anos e as mortes caíram um terço. "A maior carga é suportada pelas comunidades que enfrentam desafios socioeconômicos e pessoas que trabalham e vivem em locais de alto risco, mais pobres e marginalizados", afirmou.
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