A fertilização in vitro é o tratamento mais abrangente para casos de infertilidade, indicado para casais com problemas como alterações tubárias, endometriose, alterações no sêmen (quantidade/qualidade dos espermatozoides), idade materna avançada e falha de tratamentos mais simples, como coito programado e inseminação intrauterina.
O ginecologista Lucas Yamakami, especialista do Minha Vida, explica que esse o processo é feito em laboratório: os espermatozoides (coletados por meio de masturbação) são colocados junto aos óvulos (coletados por meio de punção vaginal) e a fecundação acontece naturalmente. Caso os gametas masculinos tenham dificuldade de penetrar os óvulos, são injetados. Após esse processo, os embriões resultantes são cultivados em laboratório por três a cinco dias e recolocados no útero da mulher. As etapas que se seguem ocorrem como nas gestações naturais: os embriões colocados dentro do útero devem se fixar e continuar o seu desenvolvimento.
O casal que passa por esse processo costuma ter muitas dúvidas. Será que é tão simples assim? O que a mulher pode ou não pode fazer? Existem exames específicos ou restrições? A seguir, especialistas esclarecem as perguntas mais comuns:
No início do tratamento, utilizam-se medicações para aumentar o número de óvulos maduros disponíveis no ovário no ciclo menstrual. "Esta etapa é controlada com exames frequentes de ultrassonografia e às vezes de sangue, para avaliar a resposta às medicações e decidir o momento ideal de coleta dos óvulos", explica o ginecologista Paulo Bianchi, coordenador da Unidade Huntington do Hospital Samaritano.
Não. "Após a menopausa, a mulher já não tem mais óvulos ou ovários para serem fertilizados", declara Paulo. De acordo com o médico, há uma alternativa de tratamento chamada ovodoação anônima, que é basicamente uma fertilização in vitro na qual utilizam-se óvulos de outra pessoa. "A doação é feita de forma anônima e sem fins lucrativos", esclarece o especialista.
Antes de procurar qualquer tratamento, é necessário identificar o que possa estar dificultando a gravidez. Os especialistas recomendam que se espere cerca de um ano de tentativas de gravidez sem sucesso para começar a busca pelo problema.
"Caso a mulher tenha mais de 35 anos ou o casal já tenha apresentado algum fator que possa atrapalhar a fertilidade, a investigação pode começar a ser feita após seis meses de tentativas", diz Paulo Bianchi.
O ginecologista Lucas Yamakami afirma que também existem outras situações em que o casal pode procurar ajuda precoce, como ausência de menstruação regular, histórico de infecção grave, endometriose ou suspeita de alteração do sêmen.
Depois de identificada a causa da infertilidade, o médico orientará o casal para que encontrem o método mais adequado - que pode ou não ser a fertilização in vitro.
Os tratamentos em reprodução humana duram em média 20 dias por tentativa. "Neste período, o casal deve ir ao médico e realizar procedimentos como ultrassom, coleta de óvulos e sêmen e transferência dos embriões", explica Lucas.
De acordo com os especialistas, o efeito colateral mais comum é o inchaço, que pode corresponder a um ganho de peso de até dois quilos. "Esses efeitos estão relacionados à estimulação exagerada dos óvulos, que crescem muito", conta Lucas.
Ganho de peso, dor de cabeça, desconforto abdominal e mudanças de apetite ou humor podem ocorrer, mas são pouco comuns. "Efeitos colaterais graves como trombose, sangramentos intensos e infecções também acontecem, apesar de serem muito raros", diz Paulo Bianchi.
Antes de pensar em fazer qualquer tratamento, o casal deve fazer uma investigação completa da infertilidade, que inclui exames de ultrassom, avaliação hormonal, avaliação das tubas pela histerossalpingografia e espermograma. "Além disso, é importante fazer exames de HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis e rubéola", diz Lucas.
"Os riscos da gestação de FIV são iguais aos riscos de gestações naturais de casais com o mesmo perfil", afirma o ginecologista Paulo Bianchi. Ou seja, se aquele casal conseguisse engravidar naturalmente, correria os mesmos riscos que está correndo com a fertilização in vitro - tudo depende das características e hábitos do casal.
Porém, Paulo elucida uma diferença: "nas primeiras oito semanas da gestação de FIV, é comum utilizarmos alguns hormônios de suporte que não são comumente utilizados em gestações naturais". Segundo ele, após esse período, a gestação ocorre naturalmente.
"O bebê de fertilização é tão normal quanto poderia ser se seus pais conseguissem engravidar naturalmente", declara Paulo.
"Normalmente, recomenda-se não praticar atividades físicas de impacto, como corrida e musculação, durante o tratamento", diz Paulo. Isso porque os seus ovários ficam maiores e o excesso de movimentação pode gerar problemas. Quanto à alimentação, recomenda-se uma dieta saudável, sem grandes restrições alimentares.
É importante também ressaltar que, como se trata de tratamento para engravidar, recomenda-se não consumir bebidas alcoólicas e não fumar durante o tratamento, bem como outras restrições que se aplicam a qualquer mulher que está grávida ou pretende engravidar.
Do R7
E-mail: [email protected]
Telefone: 3420-1621