O novo decreto anunciado pelo Governo do Estado, a novidade é a volta dos treinos em caráter presencial.
De acordo com o governador Renan Filho, os times terão que seguir os protocolos de retomada criados pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (SELAJ). Anteriormente, o atual decreto do última dia 10 de junho, o gestor havia afirmado sobre a possibilidade de permitir as atividades esportivas de CRB e CSA, que disputarão a Série B, ainda nesta temporada. Agora, os demais clubes do interior foram incluídos.
Não irei entrar no âmbito da saúde, até porque não é minha praia. Falarei apenas do nosso futebol em si.
Quando se fala na "volta do futebol alagoano", para mim soa de forma ampla. Ou seja, todos os clubes que disputam a atual primeira divisão. Logo, o retorno deve ser pensado de uma forma conjuta e igualitária.
Os únicos times que continuaram suas atividades, mesmo que de forma remota e por vídeocoferência, foram CRB e CSA. Os demais, desfizeram seus elencoe e comissões por não terem condições financeiras para a manutenção do quadro de funcionários. Pelo simples motivo de não ter renda por conta da paralisação.
Vale ressaltar que, o dois times da capital não tem nada a ver com isso. Até porque, conseguiram chegar no patamar atual por méritos. Tanto estrutural, quanto de calendário. Inclusive, farão a segunta bateria de testes para a Covid-19 e já voltarão aos trabalhos nesta semana.
Daí eu pergunto: se os clubes do interior tiveram condições de manter funcionários, como vão custear todo o protocolo de retorno? Como irão pagar as taxas e mais taxas para remontagem das equipes?
Além dos gastos de logística, dia a dia e consequentemente novos acordos e salários; outro fator preponderante é a parte física. Até porque não havia nada coordenado para tais atletas treinar e trabalhar. A não ser por conta própria - que não o ideal. Visando, lógico a volta dos treinamentos.
Um ponto importante, também, é que segundo o governador Renan Filho, o estadual não tem data prevista de retorno. Então, para quê voltar? Daí surge outra contradição.
Será que o governo, junto da Federação Alagoana de Futebol montarão uma estratégia coordenada para auxiliar os clubes do interior? Há lógica sim, nessa pressa, vendo pelo lado dos dois times da capital, é notório. Pois ambos têm o que disputar e consequentemente, de onde tirar renda.
Para mim, se não for algo que seja benéfico para todos, não é correto. Não adianta tal plano de retorno, se A ou B estão à frente dos demais. E não há fundamento tal pressa de retorno, sem data prevista. O abismo financeiro seria ainda maior.
Portanto, ou é pensado algo para o futebol alagoano em si (todos!), ou mais uma vez cometerão um erro. A preocupação deve ser mútua. Da capital ao interior. Até porque o estadual não é composto por apenas dois clubes. E, caso isso não aconteça, o que novamente vai transparecer é o favorecimento a dupla da capital. Algo corriqueiro, inclusive.
Papo dado.
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