Uma homenagem. Fazê-la e depois retirar ou "pedir de volta", para mim é absurdo. Sendo para Pelé ou para o Seu Zé da Fruta. O nome homenagem, já se define como respeito e admiração.
A polêmica que voltou à tona, é mais uma vez a da alteração do nome do Trapichão. De Rei Pelé, para Rainha Marta.
O Estádio que teve obras iniciadas em 15 de março de 1968 e inaugurado em 25 de setembro de 1970, tem em seu nome, a entidade máxima do futebol. Que é brasileiro e representa o país. E "só" ganhou o mundo.
A emenda para tal mudança é do Deputado Estadual Antônio Albuquerque (PTB), que em sua explicação falou sobre a importância em homenagear a alagoana Marta. E que mesmo sabendo da relevância de Pelé, o parlamentar cita que o ex-jogador não tem laços com Alagoas.
Vale lembrar que essa é a segunda tentativa de mudança. Em 2008, o projeto foi feito pelo Deputado Temóteo Correa (DEM) e aprovado pela Assembleia Legislativa por 15 votos a 6. Mas, o até então Governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) vetou tal emenda.
A parada é a seguinte. Primeiro, é inconstitucional atribuir nome de pessoa viva a bem público. É o que diz a Lei Federal nº 6.454, de 24 de outubro de 1977. Em seus artigos, primeiro, segundo e terceiro. Mas, como vocês sabem, aqui é Brasil né?! Ou seja, "tudo pode".
Para ficar mais bizarro, para não dizer engraçado, há a ideia unir os nomes e transformar em Estádio "Rei Pelé e Rainha Marta". Lógica, nenhuma. Na verdade, isso tudo não passa de discurso político fazedor de média. Nada mais que isso. E nada além daquilo.
Imaginem o nome do jornalista Mário Filho, sendo retirado do Maracanã; o do ex- jogador Cícero Pompeu de Toledo, do Morumbi; o do ex-técnico/dirigente Urbano Caldeira, da Vila Belmiro ou o do Governador Magalhães Pinto, do Mineirão. É tirar a a homenagem feita. Acabar com a definição de respeito e admiração da palavra. É como dar um presente e tomar depois para presentear outra pessoa.
Isso tudo não quer dizer que Marta não mereça uma homenagem. Porque merece todas e quaisquer homenagens imagináveis. Porém, que seja feita de outra forma. Que construam algo e deem o nome da Rainha (como no Brasil, tudo pode). Nada mais justo. Sua representatividade é gigante, como é o Trapichão. E não precisa ser vinculada a alteração de nome ou média de político.
Portanto, para mim, vai continuar sendo bizarro, desnecessário, equivocado e sem lógica, alterar o nome do Trapichão. Que façam homenagens, mas de outra forma.
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