Mais um capítulo de um filme que parece não ter fim.
Em entrevista o Presidente da FAF, Felipe Feijó, citou que está à espera do protocolo para retomada do futebol em Alagoas. Segundo o dirigente, o documento foi enviado pela CBF nesta quarta e a entidade espera que esteja tudo pronto até amanhã, sexta-feira (01). E complementou dizendo que a FAF irá se adequar, diante do protocolo, a realidade do nosso futebol.
No entanto, dirigentes de alguns clubes alagoanos se pronunciaram ao assunto "retomada".
O mais ríspido foi o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Jaciobá, Giuseppe Gomes. Que indagou a pergunta: "se ocorrer contaminação de um ou mais atleta, quem assumirá a responsabilidade?". Outro ponto citado, foram contratos de jogadores que expiram agora, no início de maio, juntos dos patrocinadores que enfrentam dificuldade.
Já o presidente do CSE, Barbosa, foi mais cautelosa e espera o que a FAF vai apresentar de alternativas. Celso Marcos, do ASA, disse ainda não ter opinião formada sobre o assunto. E Wilque Souza, do CEO, afirmou que o clube não tem condições de voltar com o campeonato, pois não tem estrutura necessária.
Na capital, está tudo dividido. No CSA, Rafael Tenório, disse que é inviável a volta e que o melhor a se fazer é cancelar o campeonato. Já no CRB, defende que as atividades voltem o quanto antes, mesmo com portões fechados, para evitar prejuízos financeiros.
Pois bem. Como voltar com o futebol, em um estado que a cada dia aumenta os número de infectados com o coronavírus (Covid-19)? E num país com mais de 5.000 mortos.
Segundo o último boletim da SESAU-AL (Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas), são 957 casos confirmados, 398 casos suspeitos, 107 casos recuperados e 41 óbitos (boletim do dia 29/04). A cidade com mais casos é Maceió; seguida de Rio Largo, Marechal Deodoro, Murici e Arapiraca. Juntos das outras com menor número.
Então, com tudo isso acontecendo, eu continuo me perguntando: O que esses que "comandam" o futebol tem na cabeça?
Será que eles perguntaram aos jogadores se eles querem se expor? Se quem trabalha diretamente e no dia a dia, também? Será que não entenderam a gravidade da situação? Ou o futebol vale mais que vidas?
Procurar soluções no atual momento é algo válido, lógico. Mas esta época não é de voltar. O período é de se precaver, se cuidar e cuidar dos seus. Colocar ideias em prática para terceiros e ficar em sua salinha, só "metendo" a caneta é fácil.
E se o problema é o financeiro, que a entidade máxima do futebol monte um plano de auxílio. Pois dinheiro é o que não falta.
Há alguns dias, escrevi sobre ganancia, mesquinhez. Agora, vejo que tudo isso beira o mau-caratismo. Deixar de pensar no ser humano, no próximo, para levantar outras bandeiras. Ou cifras. Mais uma vez, um ato de irresponsabilidade.
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