Até quando não mereceu, o Brasil perdeu.
A Seleção Brasileira vive uma das piores crises dos últimos tempos. A derrota para a Argentina foi a terceira consecutiva nesta Eliminatórias - algo que jamais havia acontecido. Além disso, mais um tabu negativo foi quebrado: o primeiro revés jogando como visitante na competição.
Nesse jogo, em especial, pelo que o time conseguiu produzir através de uma perceptível evolução tática, talvez não merecesse o resultado. No entanto, entre as diversas opiniões - aprofundadas ou rasas -, o produto final será sempre o próprio resultado. Inclusive nos apontamentos e busca por 'cristos' para crucificar.
Eu tento enxergar por outro lado. Parto do princípio da busca por respostas através daquilo que foi mostrado em campo. Das situações e cenários do jogo. Justamente para não apreciar apenas depois do resultado pronto.
O JOGO:
Diniz manteve o quarteto ofensivo para a partida, com Rodrygo na posição/função do armador da equipe, Martinelli e Raphinha nas pontas, e Gabriel Jesus como a referência.
Diferente do que vinha acontecendo, uma das ações na dinâmica de movimentação na fase ofensiva alterada. A tentativa de superioridade numérica na zona da bola foi mantida, no entanto, os pontas se posicionavam mais abertos, bem espetados, para a opção da bola invertida na diagonal - alternativa que funcionou algumas vezes.
Defendendo, o Brasil se posicionava com duas linhas de quatro (4-4-2), fazendo as dobras nos corredores com auxílios dos pontos. Além disso, outro ajuste foi a compactação e o controle das ações entre marcar em bloco médio ou bloco alto, utilizando a marcacção por zona a partir da intermediária. Foi assim, inclusive, que existiu encaixe na marcação em Messi, que pouco produziu.
No jogo, o primeiro tempo foi marcado por pouca bola rolando, muitas divididas, faltas ríspidas e raramente momentos de produtividade de ambas as equipes. A não ser no finzinho do tempo, quando o Brasil teve uma chance com Martinelli.
Veio o segundo tempo, e a seleção brasileira voltou melhor que a Argentina.
O time de Fernando Diniz conseguia controlar o jogo através da posse e do domínio territorial, apesar de algumas tomadas de decisão equivocadas na 'última bola', e compactava para bloquear o adversário, que pouco produziu durante todo o confronto. Através destas ações, a chance mais clara foi desperdiçada.
Daí veio a velha frase clichê de quem não faz leva. Especialmente jogando contra um time, frio, maduro e cascudo, como o argentino. Um de bola parada, onde houve falha individual de marcação. Novamente uma bola alçada para a área sendo um problema.
Logo após veio a expulsão e o time não teve poder de reação, assistindo a Argentina controlar o jogo retendo a bola com muita propriedade.
Pelo que produziu na partida através dos ajustes, o Brasil merecia melhor sorte. Foi perceptível uma fase defensiva mais organizada e consistente; junto do momento de ataque onde alternativas foram criadas através de outros mecanismos de movimentação.
Existe uma crise, isto é fato. Há muito tmepo o Brasil não tem um grau de rendimento tão baixo, oscilante e ruim como este apresentado com Fernando Diniz. Mas é preciso entender que não há um só responsável, como o senso crítico tenta apontar, no mesmo movimento de sempre feito aqui no Brasil.
Muita coisa precisa ser repensada e organizada. Entre escolhas e níveis de desemepnho individuais dentro de campo. Até porque o jogo segue sendo do jogador, assim como qualquer técnico não é revolucionário quando encaixa um conceito. Mesmo que alguns entendam de outra forma.
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