Não é filme de terror; nem fábula. Lenda ou mito. É "apenas" a história de quem se transformou.
Antes de tudo veio o ferro, uma estrada. Nasceu do ferro antes de criar asas, o Ferroviário. Um caminho foi feito e concluído em 1951. Findando quem havia nascido a pouco tempo. Porém, com esse nascimento a paixão pelo futebol em Arapiraca já havia criado raízes.
A saudade das tardes de domingo no Campo da Estação era grande. A lacuna deixada, ainda mais. Então, aquilo que foi plantado um ano antes, deu frutos. No dia 25 de setembro de 1952 nascia o ASA, ainda Associação. Mas firme, como rocha. Do Sr. Antônio Pereira.
Era o início. O começo da história de quem já nascia campeão. Foi em 1953, no primeiro campeonato disputado. Título contestado com falácias vindas lá da capital. No entanto, a confirmação viria anos depois. Azar de quem desistiu de jogar. Era o primeiro. O que daria o pontapé inicial - não fosse um jejum incômodo.
Um "Fantasma" foi conhecido. Em excursões o time aparecia e desaparecia (como assombração), desbancando adversários grandes.
O tempo passava, times bons eram formados, mas nada de títulos. Craques passaram, se eternizaram, mas nada de títulos. O tempo virava inimigo e os anos adversos.
Até que, após 47 anos a angústia acabou. O ano era 2000. Um presságio avisava: a década será vitoriosa. O novo milênio se iniciava da melhor forma possível.
Foi no Rei Pelé. Essa eu posso contar com propriedade, pois estava lá. Vi um mar azul e não era o da Pajuçara. Era o de uma torcida. Um jogo duro, assim como todo o campeonato foi. Era como Davi contra Golias. Pressão, apreensão, nervosismo. Tudo que o ASA aguentou naquela partida viraria um prêmio. Escanteio, bola na área, cabeçada, suor saindo do corpo como alma e gol. Silêncio no Estádio e aquele mar azul se abriu para um bando de "matutos" passar. Fim de jogo e início de uma hegemonia.
Lembram do presságio?
Em 2001 o bicampeonato. Dessa vez em casa, para a festa ser maior. Grande como o Gigante que se tornara. Por falar em gigante, um apareceu em seu caminho. Foi em 2002, pela Copa do Brasil, o Palmeiras. Porém, quem se agigantou foi o preto e branco. Fazendo história. Marcando história, inclusive na verde e branca.
No ano seguinte, 2003, mais um título. Quando deram o Gigante como morto. Mais um tempinho e mais um, em 2005. Daqueles incontestáveis, indiscutíveis.
Quatro anos se passaram e 2009 chegava. Aliás, 2009 está para 2000, assim como 2000 está para 2009. O início de uma hegemonia e uma mudança de patamar. Um título e um acesso para a Série B. Batalha vencida, literalmente. Lá no Acre, numa floresta. Lá, que tentaram assombrar, amedrontar. Porém, quem é fantasma não sente medo.
O fim da década chegou, Um ano depois, em 2011, outro título. A Série B era a nova casa e a morada foi feita por um tempo.
Tempos ruins começaram, o Gigante esmoreceu. Mas não morreu. A grandeza não se vai ou morre com quedas. Não para que veio do ferro e criou azas. Não para quem já venceu batalhas "invencíveis". Não para quem assombrava quem era destemido. Não! Não há morte para quem vive. Pois existem corações alvinegros que ainda batem e irão sempre bater. E não! Não é se esconder de uma queda. Trata-se de querer levantar. Como diz o hino: ir avante, lutar.
Sem fábulas, lendas, mitos.
Parabéns, ASA!
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