22/05/2019 07:48:32
André Avlis
BRASIL: Após 15 anos, uma mulher comandará uma partida no Brasileirão Série A
O jogo entre CSA x Goiás, que acontecerá na próxima segunda-feira (27), no Rei Pelé, terá como árbitra central, Edina Batista, da Federação Paulista de Futebol e credenciada FIFA.
Edina Batista, árbitra da Federação Paulista de Futebol e representante FIFA.

Quinze anos. Como uma debutante. Porém, sem aquele baile de gala ou festas enormes. Mas quer saber? Bem que merecia.

Mais de uma década se passou. Quando a agora ex-árbitra Silvia Regina apitou em 2003, o jogo entre Guarani e São Paulo. Silvia parou de apitar entre 2006 e 2007. E adivinha o maior motivo? Preconceito. Perseguição e olhares tortos, pelo fato de uma mulher comandar uma partida de futebol. Lamentável. Triste.

O mundo dá voltas. O futebol, mais ainda. É algo dinâmico e com destinos, quase que traçados.

No mesmo período de uma despedida, aconteceu o início de um sonho. O da menina Edina Batista. Nascida em Goioera-PR. No dia 10/01/1980. Ingressou na SENAF (Seleção Nacional de Árbitros de Futebol) em 2007. E que também é professora de Educação Física. Além de ser da Federação Paulista e FIFA.

Edina é obstinada. Chegou a FIFA como bandeirinha. Mas não era isso que queria. A "teimosia" era outra. A de ser árbitra central. E para isso, teve que descer vários degraus em sua carreira. Abriu mão do escudo internacional que levava no peito. Justamente para realizar o que também levava no peito, em seu coração. E assim foi feito. E refeito.

Para ser árbitra central teve que começar do zero. Lá da base. Em jogos praticamente amadores. Mas, para quem tem um objetivo, isso é banal. Aqueles degraus que ela desceu, foram os mesmos que a ajudaram a subir. E subiu. Voltou a ter o brasão FIFA no peito. Com respeito. E sua teimosia foi findada. Exaltada.

A rodada 6 da Série A, na próxima segunda-feira. Será um marco na vida de Edina e de tantas outras bandeirinhas e árbitras por todo o Brasil. Ela virou exemplo. E quis o destino que fosse na terra de Marta. Outra guerreira. Outro exemplo. Também do futebol.

Esteriótipos que se encerram. Paradigma derrubado. Preconceito que por enquanto vai sendo deixado de lado. E não! Não é por pena, dó. Edina fará história por puro merecimento. Trabalho duro. Esforço. Num mundo "para homens" - tolos quem pensam assim - uma mulher vai comandar.

O retrato da mulher em mais uma mulher. O espírito de luta que já vem no DNA de qualquer uma. De ser resiliente. De ter força. De ser inabalável. Obstinada. O de não desistir. É clichê. Mas é a pura realidade e verdade. A outra verdade é: Lugar de mulher, é onde ela quiser.

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