27/09/2019 08:27:50
André Avlis
BRASIL: No Brasil, a "culpa" é sempre do técnico e jogador acha que é Deus
O dia 26/09/2019 vai ficar marcado como um dos dias mais loucos do futebol brasileiro.
Rogério Ceni, uma das vítimas da quinta-feira louca do futebol brasileiro.

Demissões. Brigas, discussões e disse me disse. Uma quinta-feira nada normal. Um dia verdadeiramente louco.

Antes de falar sobre o dia e dá uma opinião, vamos relembrar alguns fatos lamentáveis envolvendo Jogador x Técnico.

Em 2010, Neymar, ainda jogando pelo Santos, xingou e discutiu com Dorival Júnior. Dias após o técnico foi demitido. Em 2013, Rogério Ceni, ainda jogador do São Paulo, deu declarações ríspidas contra Ney Franco. Tempos depois, o treinador foi demitido (hoje, o mundo girou e o ex-goleiro sofreu com isso).

Esses dois citados, são o mínimo do mínimo do que já aconteceu e acontece no nosso futebol.

No dia louco de ontem, Cuca foi demitido por não conseguir fazer o São Paulo jogar. Em um curtíssimo tempo de trabalho. No Cruzeiro, a situação de Ceni ficou insustentável após os "Senadores" da equipe não acatarem algumas ideias do treinador. E por fim, o ápice do desrespeito. Ao ser substituído, Paulo Henrique Ganso, do Fluminense, saiu xingando o técnico Oswaldo de Oliveira, que retrucou (e não tiro a razão).

Quando se fala que jogador derruba treinador, podem acreditar, derruba. O mundo do futebol nos bastidores é podre. Em vários aspectos. Há vaidade, picuinha, trairagem e outras paradas que o torcedor nem sonha.

No entanto, existe algo chamado hierarquia. O jogador é contratado para trabalhar para o clube que o contrata e ser comandado por quem tem a função. Logo, é subordinado. Então, a lógica, é ter e existir respeito. Mas alguns "craques" se acham Deuses. Fazem o que bem entendem, passam por cima da ética e no fim o técnico que vai embora.

Outro fator é o dos clubes. O imediatismo é algo surreal no Brasil. A falta de paciência é enorme e a troca de comandos constante. Além, claro, da falta de pulso com "craques" dos times. É impossível um técnico implantar seu trabalho, criar um padrão, colocar suas características em um curto período. Ninguém tem uma varinha mágica que transforme seu time no Barcelona de Guardiola. Então, os clubes de futebol também têm culpa nessa bagunça.

Voltando para a parte dos "Deuses". A parada é a seguinte. Alguns jogadores de futebol têm que entender que não podem tudo, que não são donos da verdade e que devem cumprir regras. Se for para falar algo para seu técnico, que seja no vestiário, cara a cara. Não jogar torcida contra um profissional, que como ele, também vive do futebol. Não usar de mau caratismo ou falta de humildade. É só ter pelo menos a hombridade.

Por fim, para que a banana não continue comendo o macaco ou o poste mijando no cachorro, espero que as atitudes mudem. Principalmente dos que têm o poder de dar um basta nessa várzea que vem se tornando o futebol brasileiro.

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