Poderia até ser um filme de ficção científica. Ou uma Série qualquer. Mas não, é a realidade nua e crua.
O futebol brasileiro ou "terra de ninguém", como queiram, mostra mais uma vez que o termo serve para tal.
Já não bastava o preconceito, racismo, machismo, corrupção, divisões de classe, violência; agora, em meio ao caos, outra cara se mostra: falta de senso. Ou noção, ou entendimento ou consciência.
Como um monarco absoluto governando, onde ele é a lei - e isso basta. É necessário dar um basta nisso tudo. O essencial é não tratá-lo como essencial - pois ele não é. É duro falar isso pra quem tanto ama, mas é algo imprescindível.
Uma Série, e não a da Netflix, de fatores incompreensíveis são os pensamentos de retorno do futebol. Inclusive, os que voltaram, a exemplo do Grêmio, têm pessoas infectadas. Outros que querem retorno imediato, têm casos da doença confirmados. Algo irônico. E trágico.
Aí eu pergunto: em que mundo vivem? Ou melhor, em que país vivem?
Um monstro invisível nos ataca. E o que eles fazem? Vão de encontro a ele - como em Stranger Things. No entanto, lá não há realidade. Lá, não morreram mais de 9 mil (e contando...); lá, o monstro feroz não infectou mais de 130 mil. Porque lá, nada é de verdade. Diferente do nosso mundo.
"Paraleleando" com a infeliz realidade, a negligência de pensamentos mesquinhos continua. Colocando em cheque o que tem valor, não cifras. A vida.
País de quem? Futebol de quem? Quem?
A imoralidade da possível volta será jogada nos costados de alguém. E podem ter certeza que não é de quem, do alto, ver o "mundo". É de quem o vive. Como humano e sendo humano. De quem na essência, faz o futebol. Tirando até coelhos da cartola - não sendo um.
E nesse mundo, continuamos. Paralelo em meio a posturas gananciosas. Pois viver em igualdade é utopia. Tipo o "farinha pouca, meu feijão primeiro". Olhando apenas para si e esquecendo dos outros. Assim, do jeitinho do Brasil. Do seu futebol. Vivendo em um mundo paralelo.
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