Brasil é o país da diversidade - assim dizem. Mas pode ser chamado, também, de "país das divergências".
A pandemia não acabou, isso é fato. No entanto, há articulações quando existe convenções. Um assunto totalmente pautado no futebol brasileiro é a volta da torcida aos estádios. No entanto, a CBF já vetou essa possibilidade, pelo menos até momento.
Em meio à polêmica de protocolos de segurança contra a contaminação por Covid-19, a instituição e os clubes do Brasileirão acertaram que continuarão em contato com autoridades locais (prefeitos e governadores) para o retorno de público nos estádios. A ideia articulada é voltar no final de semana de 7 e 8 de ne novembro, quando tem início o segundo turno do campeonato.
A cada 15 dias a CBF e os clubes analisarão o cenário e o sucesso na conversa com os governantes. A data é trabalhada de forma uniforme: todos concordam que o campeonato deve ter uma metade com público (30% da capacidade). Contudo, isso dependerá do 'Ok' das autoridades de saúde.
O maior problema e entrave, é que são negociações com cada cidade, das 11 que recebem jogos de times da Série A. Pelo simples e lógico fato de não poder ter favorecimento para determinados clubes. Levando em consideração, também, as diferentes situações com relação a contaminação do novo coronavírus.
Antes de tudo, vale ressaltar que sou contra o retorno. No entanto, usarei uma retórica para tentar, ao menos, entender o que se passa no país.
Vivemos, ainda, em meio a uma pandemia. E justamente por isso a medida usada no futebol foi não colocar torcedores nos estádios - por conta de um possível poder de contaminação do vírus. Até aí tudo bem. Inclusive, vários políticos são favoráveis a tal argumento - ou eram.
Outro fator que podemos pontuar é de que não haveria um aparato e uma logística para que todo o protocolo rígido usado pelos jogadores, por exemplo, fosse feito com os torcedores. E isso já foi informado, inclusive.
Então, se pegarmos toda a lógica que gira em torno desse assunto complexo, podemos aplicá-la em outro. Não tão complexo; mas "mais flexível": as campanhas eleitorais pelo país.
A contradição começa quando não se pode aglomerar ou não podia. Pois estamos vendo, desde o último dia 27, aglomerações das mais diferentes formas: caminhadas, carretas e reuniões fechadas. Outra discordância é sobre a segurança do povo - pois aposto que, certamente, não estão seguindo nenhum protocolo. Principalmente de distanciamento social.
E para mim, a principal: incoerência. Vários políticos que antes clamavam pelo "fique em casa", pelo comércio fechado e vários outros tipos de argumentos; hoje estão em campanha e fazendo o contrário do que pregavam. Hipocrisia? Talvez. Ou certamente.
Portanto, vivemos em um mundo tão paralelo que ainda causa espanto tais atitudes. O jogo de interesses mais uma vez se faz presente. E quando se fala em política então, ele impera. Mais do mesmo no lugar dos mesmos.
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