25/05/2020 08:26:26
André Avlis
BRASIL: Por que o Futebol é essencial e os outros esportes não?
Pressa em retomar o Futebol, vinda de alguns dirigentes, escancara uma situação que já imaginávamos.

O que chamo de "mundo paralelo" vai ficando ainda mais paralelo. Algumas pessoas vivem em desconexão com a realidade - só pode.

Em meio a uma Pandemia, uma agonia. Pressa. Afobação.

Movimentações intensificam-se a cada dia no objetivo de tentar, de alguma forma, o retorno do futebol. Clubes que voltaram a treinar, em meu ver de forma equivocada e sem necessidade. Dirigentes que começam a usar a política para conseguir seus "objetivos". Políticos indo na contramão de um mal - e indo a seu encontro. Uma total omissão daqueles que deveriam pensar em cuidar do povo. Entre as várias outras barbáries criadas nessa mistura de bola e paletó.

Sim, o Futebol auxilia muita coisa. Principalmente à economia - deve ser por isso a tal agonia. Vai ver as cifras são mais importantes que a saúde e vida.

Mas, aí eu pergunto: se o Futebol é essencial; e os outros esportes? Será que não são?

Uma pesquisa recente, tendo como fonte o Atlas do Esporte no Brasil, mostrou os dez esportes mais praticados no país.

O Futebol, como previsto, é o primeiro com 30,4 milhões de praticantes. Seguido pelo Vôlei (15,3 milhões); Tênis de Mesa (12 milhões); Natação (11 milhões); Futsal (10,5 milhões); Capoeira (6 milhões); Skate ( 2,7 milhões); Surfe (2,4 milhões); Judô (2,2 milhões) e Atletismo (2,1 milhões).

Além, claro, de outros. Como por exemplo, o Basquete, o Handebol, o Automobilismo, outros nas modalidades de Artes Marciais, Rugby, Ginástica, entre outros.

São outras modalidades que assim como o mundo da bola, meche com vidas. Rendas, famílias, povo. Do mesmo jeito que há necessidade em um, nos outros também existe. Porém, não se vê muita correria e "briga" para retornar e retomar as atividades de tais.

Um fato e fator preponderante para isso: dinheiro. Há muito tempo o Futebol entrou no ramo de negócios e ser negócio. Deixou de ser do povo para ser elitizado. Muita gente, que hoje o faz, pensa muito mais no bolso. Em qualquer esfera, âmbito e clube. Lógico, há exceções - mas são raras. Tão raras quanto sensibilidade de quem está tentando retomá-lo no atual momento.

O preço a pagar por isso, poderá ser enorme. Mais uma vez o egoísmo, egocentrismo, arrogância, prepotência e afins, se mostram. Infelizmente.

Um paradoxo vivido. Uma desconexão do mundo, da vida real. Há quem ache até legal. Respeito. Só não concordo. E, se o Futebol, como dizem, é essencial, todos os outros esportes são. Sem nenhuma distinção. Mas como sabemos, o que realmente vale, para alguns, é o preço e não o valor. Infelizmente.

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