15/07/2020 08:44:13
André Avlis
BRASIL: Se o futebol masculino é 'essencial', o feminino também é
CBF ainda não se posicionou de forma oficial para a retomada das Series A1 e A2 do Brasileiro Feminino. Algumas datas foram divulgadas, mas nada em manifesto.
Troféu do Campeonato Brasileiro Feminino.

A Pandemia escancarou mais uma vez o amadorismo que é tratado o futebol feminino do país. Além de deixar claro o desinteresse por partes dos órgãos "competentes".

Um dos episódios mais sujos e escrotos, aconteceu quando a CBF cedeu, em abril, R$3,7 milhões aos 52 times das Série A1 e A2 do Brasileirão. A não imposição por parte da Confederação da não contrapartida dos clubes, gerou problemas para as atletas.

Foram doados R$ 120 mil para cada clube da elite nacional; 16 equipes. E R$ 50 mil para cada um dos clubes da segunda divisão. O resultado: inúmeros problemas de repasse à atletas em diversos clubes.

Em vários clubes houve represália em cima de atletas que questionavam o porquê do dinheiro não chegar até elas. Outras foram dispensadas pelo mesmo motivo e algumas sofreram ameaças de dispensa por cobrar o que é de direito - já que trabalharam. Em outros episódios mais bizarros, várias atletas nem sabiam dessa ajuda e grana vindas da CBF.

Além de toda precariedade, amadorismo e estrutura sucateada, as meninas ainda têm que conviver com o mau-caratismo. Escancarando assim ainda mais a total falta de apoio por parte de quem deveria cuidar e organizar. Além da falta de interesse em montar um protocolo de segurança e saúde para a volta das atividades.

Fatores enraizados. Como a falta de visibilidade, investimento, auxílio e contribuição.

Vendo tudo isso, uma retórica, justa, aparece. A do futebol ser essencial.

Segundo os que citam tal termo, a essencialidade parte do princípio das rendas. Do dinheiro que envolve e de como os recursos são importantes de forma direta e indireta para os que são envolvidos no futebol. Entre jogadores, comissão, diretoria, funcionário, etc. Portanto, seguindo o raciocínio, o Futebol Feminino é essencial.

Se é algo indispensável para um, também é para o outro. Pois assim como no masculino, o feminino também é o 'local' de sustento de várias pessoas e famílias. Muitas delas tiram o sustento tão somente do futebol. Mesmo tendo algumas que precisem de outro emprego, pela falta de assistência; ainda assim é fonte de renda.

Portanto, o termo tem que ser igualitário. Não dá para comparar ou diminuir a importância do lugar onde o indivíduo (a) tira seu sustento. As providências devem ser tomadas pelos órgãos que têm essa obrigação. Pois se é essencial; o significado é para ambos. Sem distinguir gênero. Ponto.

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