Que o futebol brasileiro é "imediatista", nós sabemos. Mas algumas situações causam estranheza.
Após o empate no "Clássico das Multidões", contra o CRB, o CSA demitiu Maurício Barbieri, inclusive, um novo nome já foi anunciado. Trata-se de Eduardo Baptista, ex-técnico do Vila Nova. O novo comandante também acumula passagens por Palmeiras, Sport, Fluminense, Coritiba e Athlético-PR.
Tão rápida quanto a saída de um, foi o anúncio e chegada do outro.
Barbieri foi contratado em dezembro do ano passado. De lá para cá, foram apenas 6 jogos; com 2 vitórias, 1 empate e 3 derrotas. Liderança no estadual, sétima posição em seu grupo na Copa do Nordeste e eliminação precoce na Copa do Brasil (resultado que parece ter pesado para a decisão).
Poderíamos ficar até surpresos com essa situação, porém, de tanto que acontece, já virou algo até normal - o que não deveria. Mais uma demonstração do quanto a falta de paciência pode atrapalhar. Aliás, já atrapalhou - pelo menos por hora. Pois um planejamento já foi para o espaço.
Um time em construção, pré-temporada curta, elenco sendo reformulado e pouco tempo de trabalho. Fatores preponderantes para que o desempenho não seja o ideal.
No futebol, é quase impossível um time "dá liga" assim, de imediato. Na situação do CSA, ou de qualquer outro time, o tempo é ainda mais importante. Justamente pelo período onde os jogadores começam a assimilar o que seu treinador pede e onde o próprio treinador começa a colocar suas ideias e conceitos de jogo.
Contudo, aqui a cultura que impera é a do "passe de mágica". Querem um alto nível de rendimento e desempenho de imediato. A paciência em algumas situações ou com alguns profissionais é mínima. O pensamento futuro cai por terra, assim como qualquer planejamento em uma situação parecida.
Erro. Equívoco. Falha. Chamem do que quiser. O que aconteceu no CSA, ou em qualquer outro time com o mesmo contexto, é no mínimo surreal e anormal.
Já dizia o poeta do futebol: "O que começa errado, a tendência é dá errado". Não que eu esteja cravando ou agourando, mas é o que a história conta - em vários capítulos recentes.
Portanto, foi, em meu ver, uma decisão errada por parte de quem comanda o clube. Não dá para fazer mágica; pegar uma varinha de condão e transformar o time no Barcelona de Guardiola. É impossível! Tão impossível quanto uma desorganização dá certo. Então, esperemos.
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