Da discordância à boas possibilidades.
Quando anunciado pelo CRB, Eduardo Barroca não foi unanimidade. Seja entre torcedores ou imprensa - inclusive, eu mesmo não achei que seria um bom nome para aquele momento. No entanto, no futebol, é necessário ter cautela para esperar o início e o desenvolvimento do trabalho de qualquer profissional.
Com Barroca não foi diferente.
Em números, o técnico comandou o Galo por sete oportunidades. São 3 vitórias (todas elas na Série B), 3 empates (um com o Santos na Copa do Brasil) e uma derrota (para o Athlético-PR, na Arena da Baixada).
Mais que estatísticas, o rendimento e a postura do CRB vêm evoluindo de forma gradativa.
Em termos táticos, o treinador adotou o sistema 4-3-3 como estrutura principal. Contudo, claro, existem variações através das dinâmicas de movimentação.
A formação adotada tem um "modelo clássico", onde existem um volante e dois meias - o chamado triângulo invertido. Porém, Gegê se torna um segundo volante em sua mudança de função. Além disso, o setor torna-se mais técnico com as presenças de Meritão e Danielzinho.
Barroca também fez uma mudança de ideia nas pontas: Thiaguinho que costumava jogar de "pé invertido" pela direita, agora joga pela esquerda, e Douglas Baggio atua pelo setor direito de ataque. Fator que favorece para que o time consiga gerar amplitude e profundidade. Além de ter o drible por dentro com Thiaguinho e o jogo de pivô com Breno Herculano.
No momento ofensivo, o CRB varia entre o 4-1-4-1 e o 3-3-4. Tornou-se um time que consegue iniciar suas jogadas e ativar a progressão até o ataque com aproximação através do jogo apoiado. Além disso, a busca por superioridade no setor da bola propicia toques curtos com mais velocidade na transição ofensiva.
A própria improvisação do lateral-direito Matheus Ribeiro, agora jogando pela esquerda, fez com que o encaixe de funções e movimentações tornem-se mais efetivas.
Foram mudanças significativas nas ações do CRB ques são perceptíveis até o momento.
Na fase defensiva, o time marca com duas linhas de quatro e a partir das ações mais agudas do adversário, consegue encaixar uma linha de 5, tendo um dos pontas entrando nesta linha para fechar os corredores, montando assim um 5-4-1.
É claro que nada ainda está perfeito, o CRB está longe de ser um time pronto e precisa evoluir em alguns aspectos, mas é notório a mudança de comportamento do time após a chegada de Barroca. O coletivo ficou mais forte e o conjunto mais sólido. Parece ser um time que compete bem mais.
O panorama muda. As possibilidades melhoram. E aquele que não era unanimidade torna-se um personagem que é visto de outra maneira através do seu trabalho.
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