Com a permissão que a licença poética permite, modificarei o sentido de um ditado que pouco tenho apreço: o que diz que "santo de casa não faz milagre". Pelo simples fato de não concordar com tal analogia.
Parto do princípio de que o "milagre" vem a partir da oportunidade, confiança, segurança e acolhimento. Um conjunto de fatores que, em harmonia, traz a possibilidade e grande probabilidade para que tal "dádiva" seja concretizada. Algo, talvez ou certamente, ainda não entendido por alguns - de vários - em Arapiraca.
Ilustrado o pensamento, agora vamos ao que é realmente concreto, real e sólido.
Em seu elenco, o Desportivo Aliança conta com quatro arapiraquenses. O zagueiro e capitão, André Nunes; o meia e camisa 10, Kiko Alagoano; o meia-atacante e artilheiro, Filipe André e com o goleiro Diogo, um dos destaques da equipe.
Uma das coincidência entre eles, é que todos passaram pelo ASA. Uns com mais longevidade e oportunidades; outros não. Mas quase todos, com certeza, foram contestados e questionados, em algum momento, de forma exacerbada ou equivocada. O motivo: são de "casa". Aquele tal ditado - usado de forma ferrenha em Arapiraca.
Os quatro fazem parte do esqueleto do Aliança. E coincidentemente, cada um ocupa um setor. São funções distintas que quando juntas, conseguem fortalecer de forma evidente a equipe. Segurança no gol; proteção na defesa; maestria e cadência no meio-campo; técnica e poder de decisão no ataque. Em resumo: são imprescindíveis.
Juntos, ajudaram a escrever um novo capítulo na história do clube. Que pela primeira vez chega a uma semifinal de Campeonato Alagoano da 1ª Divisão.
O objetivo, agora, é escrever ainda mais capítulos. Para mostrar que "milagres" são feitos e refeitos. Em casa ou - quase sempre - longe dela. Reafirmando e concretizando que, mesmo não sendo santos, os valores e qualidades permanecem. Tomando um caminho contrário e indo de encontro aos incrédulos. Ruim para quem desacredita.
E assim, podemos acompanhar mais uma vez Arapiraca sendo destaque. Não por acaso. Não por coincidência. Não por um mero "milagre".
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