Cá estamos; para falar, mais uma vez, sobre algo que tornou-se quase que íntimo - o VAR.
Reconhecer que errou é uma atitude nobre. Ato de humildade elevada. No entanto, no futebol, até que ponto torna-se algo positivo?
Ontem (14), o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, afirmou em entrevista, que houve erro na utilização do árbitro de vídeo ao anular gol de Luciano, do São Paulo, no primeiro tempo da partida contra o Atlético-MG, no Mineirão, dia 3 de setembro, pelo Brasileirão.
Na ocasião, foi marcado impedimento do atacante.
Segundo Gaciba, a linha não foi colocada de uma forma padrão e ainda afirmou que não aconteceu erro da tecnologia, mas alha humana. Pois a linha não foi colocada nos locais corretos conforme a comissão orienta. Entrevista foi concedida ao Seleção SporTV, do canal SporTV.
Agora, uma dúvida aparecerá após a afirmação e confirmação do erro, se não a maior dúvida - inclusive minha também - que é: será que aconteceu apenas esse erro ou aconteceram outros, em outras partidas?
É a partir daí que várias outras questões que merecem discussão tornam-se abrangentes. Pois no futebol brasileiro, sobretudo, confessar que errou vai de algo positivo para algo negativo. Já que tal ato abre precedentes e principalmente, gera ainda mais desconfiança.
No entanto, uma parada é concreta: a culpa não é do VAR. Isto é fato.
A ferramenta não tem nada a ver com tal erro - ou eventuais erros ou erros antigos. O manuseio que foi confuso, ou seja, foi falha humana. Inclusive, não é primeira vez que discutimos isso e provavelmente não será a última.
São vários problemas que envolvem o VAR aqui no Brasil. O primeiro deles foi o modo como o implantaram - de goela abaixo. Foi nítido que a preparação para os árbitros não foi ideal. Basta ver a recorrente confusão quando tratamos do assunto. Portanto, em meu ver, se há erro humano, há também erro de organização e estrutura.
O aperfeiçoamento deve ser feito de forma eminente, organizado e equilibrado. Caso isso não aconteça , esquece!
Outros pontos poderiam melhorar a transparência junto da arbitragem e a ferramenta, certamente. A disponibilização dos áudios, por exemplo. Recurso para saber o que é conversado e quais os critérios são usados quando VAR entra em ação. Parada que traria clareza para os jogos e competições.
Portanto, estamos mais uma vez discutindo sobre o VAR. Algo que se tornou clichê em nosso futebol. Muito pela bagunça que foi formada para introduzi-lo. A CBF está colhendo os frutos do amadorismo que ela mesmo apresentou - nada mais que isso. E repito: a culpa não é do VAR.
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