Um assunto repetitivo. Contudo, pertinente e necessário.
A um passo de se tornar epicentro de uma Pandemia - para alguns especialistas já é. O Brasil vê uma grande briga para a volta do futebol. Divergências de ideias e opiniões. Bom senso e a total falta dele.
O Brasil, nas últimas 24h registrou 1039 mortes em decorrência da Covid-19. Sendo, agora, o país com mais óbitos pela doença em um dia. Até o momento, são 24.549 mortes; 392.360 confirmados e 158.593 recuperados. Números que pode ser maior, por conta da subnotificação e falta de testes, dizem os especialistas. Os dados são do Ministério da Saúde.
Tais números alarmantes parecem não surtir efeito na consciência de alguns que fazem o futebol brasileiro. É algo, realmente, impressionante.
Nos principais centros do nosso futebol, alguns clubes já retornaram suas atividades. De forma equivocada, em meu ver. A exemplo de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo os clubes, todo um protocolo de segurança está sendo adotado para tal retorno.
No entanto, algumas situações, condutas e atitudes chamam atenção.
Primeiro, lá no Sul. Quando em um dia, um decreto não autorizava a volta dos trabalhos em Porto Alegre e logo após articulações com as autoridades políticas, como passe de mágica as opiniões mudaram e Inter e Grêmio retornaram ao trabalho.
Em Minas, as mais divergentes ideias aconteceram - principalmente com a Prefeitura de Belo Horizonte. Porém, o retorno aconteceu nos últimos dias.
No Paraná, a decisão de não volta foi mantida pela Secretaria Estadual de Saúde, porém, há alguns dias o Coritiba voltou a treinar sem autorização. Em Santa Catarina, o Avaí foi o primeiro a retornar, seguido logo após dos outros clubes.
E no "olho do furacão", está o Rio de Janeiro. Reunião com o Presidente da República e logo após treino sem autorização (o Flamengo); divergências e acusações entre presidentes de clubes; responsabilidade jogada para as instituições; decreto mudado após articulações e reuniões. E, principalmente, soberba.
É notório que para algumas pessoas o futebol está acima de qualquer coisa. Pelo simples fato do seu poder econômico, do lucro que proporciona. Ou seja, dentre todos os aspectos e desculpas que os 'cartolas' citam, a saúde e a vida nunca vêm em primeiro lugar.
A desconexão com a realidade é gritante e alarmante. O tal "mundo paralelo" que venho citando. Ainda mais quando se mistura a política. Onde tal junção é carregada por interesses pessoais e institucionais. O velho e conhecido egoísmo de sempre.
De outro lado vem a soberba e falta de sensibilidade. Uns que mandam, num dia, embora funcionários - por "cotação de despesas" - e no outro gastam milhões com aparelhagem e salários. A chamada ganância instalada no nosso futebol. Onde o senso de humanidade passa longe. Triste, mas real.
Tão real quanto opinião permanente que tenho. Da não necessidade de tal retorno. Da imbecilidade de tal volta. E de saber que, infelizmente, vidas são menos importantes que o futebol. Lamentável.
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