20/08/2020 07:18:17
André Avlis
FUTEBOL EUROPEU: O Bayern de Munique foi seguro; soberano não
Os 'Bávaros' venceram o Lyon por 3 a 0 e agora enfrentam o PSG na final. Partida será realizada no próximo domingo (23), ás 16h (horário de Brasília), no Estádio da Luz, em Lisboa.
Comemoração de um dos gols marcados por Gnabry.

 Para quem gosta de números e estatísticas, pode-se dizer que foi uma vitória suprema. Para quem não, uma vitória segura.

Antes de tudo, devemos saber que soberania remete e significa domínio absoluto, poder, etc. E, eu meu ver, não foi.

A expectativa era de que o "rolo compressor" aparecesse mais uma vez. Como foi na humilhante goleada aplicada no Barcelona. No entanto, não foi o que aconteceu. Até pelo diferente cenário da partida. Em termos estratégicos e de competitividade.

Fazendo, antes, uma ressalva; o Bayern, hoje, é o melhor time do mundo quando se fala em conjunto. Em termos técnicos e táticos, aliados aos individualismo. De intensidade e entendimento estratégico. De conduta na disputa, personalidade e coragem para executar suas qualidades. Algo quase que perfeito. Quase.

Na partida contra o Lyon, a quase perfeição mostrou suas fragilidades. Apesar de todo o comando nos números do jogo.

O time francês não mudou sua estratégia - até porque, em time que se ganha não meche. Um plano "simples". Entrega a bola ao adversário, se retrai, baixa as linhas e deixa o contra-ataque engatilhado. E foi exatamente o gatilho correto. Erro mesmo foi não fazer os gols nas chances claras criadas.

Foi a partir daí que as fragilidades do excelente Bayern apareceram. Primeiro, o técnico Rudi Garcia compactou seu time para que a saída de bola alemã não passasse pelos seus melhores passadores (Thiago e Kimmich) - teve êxito em vários momentos. Deixando assim, a bola com os zagueiros. E fazendo com que os alas descessem para iniciar o jogo.

Outro ponto: os alas do Bayern. A saída de bola é feita com uma variação que possibilita que ambos fiquem "espetados" (mais abertos). E vem daí um dos pontos fracos encontrados; o espaço dado por eles ao atacar. Foi por aí que as chances foram criadas e em vários momentos era o desafogo francês.

Feito isso, encontrando brechas do tipo, ou você 'mata' ou será 'morto'. Porque umas das leis que mais funcionam no futebol é: "quem não faz leva". E levou.

Um Bayern que parecia incomodado "achou" em uma das suas virtudes uma saída para ter o controle do jogo. A concentração que lhe é peculiar, aliada ao ato cirúrgico. Na potência e intensidade de seu jogo, um gol. O individualismo que aparece quando a tática está em harmonia.

Gol que deu mais tranquilidade. Depois outro para baixar o ímpeto francês - que não se amedrontou. Seguindo e não mudando seu estilo e estratégica. Tendo dignidade e respeitando o trabalho executado. Inclusive, tendo possibilidades nos caminhos achados.

Foi um 3 a 0 que parece ter sido um baile - mas não foi. A derrota foi vendida num preço alto. No entanto, para quem gosta de números, pode dizer que foi um domínio - no meu ponto de vista não.

Houve sim, em momentos, um certo controle - até pelas estratégias distintas. Porém, não absoluto.

Portanto, o nível alto do Bayern fez prevalecer suas qualidades. A superioridade de um time mostrada em momentos difíceis e incômodos. Uma vitória segura, firme, positiva. Não soberana. 

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