Para quem gosta de números e estatísticas, pode-se dizer que foi uma vitória suprema. Para quem não, uma vitória segura.
Antes de tudo, devemos saber que soberania remete e significa domínio absoluto, poder, etc. E, eu meu ver, não foi.
A expectativa era de que o "rolo compressor" aparecesse mais uma vez. Como foi na humilhante goleada aplicada no Barcelona. No entanto, não foi o que aconteceu. Até pelo diferente cenário da partida. Em termos estratégicos e de competitividade.
Fazendo, antes, uma ressalva; o Bayern, hoje, é o melhor time do mundo quando se fala em conjunto. Em termos técnicos e táticos, aliados aos individualismo. De intensidade e entendimento estratégico. De conduta na disputa, personalidade e coragem para executar suas qualidades. Algo quase que perfeito. Quase.
Na partida contra o Lyon, a quase perfeição mostrou suas fragilidades. Apesar de todo o comando nos números do jogo.
O time francês não mudou sua estratégia - até porque, em time que se ganha não meche. Um plano "simples". Entrega a bola ao adversário, se retrai, baixa as linhas e deixa o contra-ataque engatilhado. E foi exatamente o gatilho correto. Erro mesmo foi não fazer os gols nas chances claras criadas.
Foi a partir daí que as fragilidades do excelente Bayern apareceram. Primeiro, o técnico Rudi Garcia compactou seu time para que a saída de bola alemã não passasse pelos seus melhores passadores (Thiago e Kimmich) - teve êxito em vários momentos. Deixando assim, a bola com os zagueiros. E fazendo com que os alas descessem para iniciar o jogo.
Outro ponto: os alas do Bayern. A saída de bola é feita com uma variação que possibilita que ambos fiquem "espetados" (mais abertos). E vem daí um dos pontos fracos encontrados; o espaço dado por eles ao atacar. Foi por aí que as chances foram criadas e em vários momentos era o desafogo francês.
Feito isso, encontrando brechas do tipo, ou você 'mata' ou será 'morto'. Porque umas das leis que mais funcionam no futebol é: "quem não faz leva". E levou.
Um Bayern que parecia incomodado "achou" em uma das suas virtudes uma saída para ter o controle do jogo. A concentração que lhe é peculiar, aliada ao ato cirúrgico. Na potência e intensidade de seu jogo, um gol. O individualismo que aparece quando a tática está em harmonia.
Gol que deu mais tranquilidade. Depois outro para baixar o ímpeto francês - que não se amedrontou. Seguindo e não mudando seu estilo e estratégica. Tendo dignidade e respeitando o trabalho executado. Inclusive, tendo possibilidades nos caminhos achados.
Foi um 3 a 0 que parece ter sido um baile - mas não foi. A derrota foi vendida num preço alto. No entanto, para quem gosta de números, pode dizer que foi um domínio - no meu ponto de vista não.
Houve sim, em momentos, um certo controle - até pelas estratégias distintas. Porém, não absoluto.
Portanto, o nível alto do Bayern fez prevalecer suas qualidades. A superioridade de um time mostrada em momentos difíceis e incômodos. Uma vitória segura, firme, positiva. Não soberana.
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