23/07/2021 10:08:36
André Avlis
FUTEBOL FEMININO: Para o Brasil, é bem melhor não ser favorito
Após goleada na estreia sobre a China por 5 a 0, nossas meninas voltam a campo pelas Olimpíadas de Tóquio 2020 neste sábado (24), contra a Holanda, às 8h (horário de Brasília).
Time do Brasil na estreia contra a China.

Ter favoritismo é de certo modo legal. Mas nem tanto.

O Brasil começou bem a competição. Uma vitória para dar confiança e sobretudo tirar o peso da estreia. Embora o placar de 5 a 0 diante da China não tenha traduzido o que realmente aconteceu no jogo. É o típico placar que esconde erros, equívocos e falhas.

Não estou falando que as meninas foram mal, longe disso. Foi uma vitória convincente e com vários pontos positivos. Por exemplo: o time brasileiro vem evoluindo taticamente. Tem uma defesa sólida e organizada; além da consistência do seu sistema de jogo aliada ao alto grau de competitividade.

No entanto, triunfos como esse escondem falhas. Contra a China, por exemplo, o Brasil não conseguiu pressionar a jogadora que tinha a bola de forma efetiva. O que proporcionou situações de passes entre as linhas. Outro ponto, foi a posse de bola. A meninas não conseguiram em vários momentos reter e ter a bola, por isso alguns passes saíam de forma equivocadas, além do abuso de lançamentos e chutões. O que deixava o time, consequentemente, espaçado.

São aspectos que foram, assim como o lado bom, perceptíveis. Entretanto, nada que não possa ser ajustado.

Mas por que para o Brasil é melhor não ser favorito?

Nossa seleção não chega favorita nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Por ser um time em renovação e reformulação - apesar de está jogando junto há algum tempo. Apesar disso, não chega com status de amplo favorito. E em meu ver, é algo bom. Positivo.

Nos últimos torneios disputados, entre Olimpíadas e Copas do Mundo especialmente, nossas meninas sofreram um pouco com o "rótulo do favoritismo". Justamente pelas expectativas que foram criadas de forma exacerbada. A partir disso, quando o objetivo não vem, a frustração chega de forma ainda mais dolorosa.

Tais fatores aumentaram ainda mais a pressão pelo resultado. Ou seja, o que poderia ajudar, na verdade atrapalhou. Isso foi notório em jogos onde a concentração não estava num nível adequado, houve receio de tentar algo diferente, nervosismo, baixa competitividade, desorganização tática, afobação. Com elencos qualificados, inclusive. No entanto, foi perceptível o abalo no princípio mental.

Portanto, deixa o favoritismo com as outras potências. Deixa elas com esse "peso". O Brasil pode chegar sim. Pianinho, na manha. Porque qualidade tem. Mesmo não sendo favorito. E isso é bom.

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