Fala Mané, desculpa a demora. Sem querer, fiz como os vários zagueiros que você chamava de "João" - por chegarem sempre atrasados.
Seu dia foi ontem, mas para te reverenciar não é necessário data específica ou fincada. Pois quem é infinito não merece ter homenagens estreitas. Nada de pouco para quem fez muito.
Meu avô, 'Seu' Djalma, botafoguense, falava muito de você. Do quanto você era extraordinário. Do quanto você era demasiadamente craque. Inclusive, queria até te agradecer, pois quando seu nome era citado, as conversas duravam infinitos e bons minutos. Espero que vocês já tenham se encontrado aí em cima - acredito que era um sonho dele te conhecer.
De tanto ouvir contos, feitos, histórias, conversas a seu respeito, me peguei em pesquisas e estudos. Li, assisti e fiz de tudo para entender quem foi o "tal" Mané Garrincha. E que satisfação!
Excêntrico e único. Fazia com facilidade o que muitos tinham totais dificuldades. Como um drible em um espaço curto e impossível - não para Mané. Era quem chamavam de 'Anjo' e quem, também, endemoniava qualquer defesa. O terror dos "Joãos" - ou melhor dizendo, zagueiros.
Essência da alegria do futebol e do povo. Um espetáculo único, onde o campo era seu teatro. Um ator fabuloso que interpretava ele mesmo. Do jeito dele. Sem mudar nada. Singular como sua devoção pela bola e o amor dela por ele. E que juntos transformavam-se em um só - uma fusão perfeita. Tipo Futebol e Samba ou Mané e Elza.
Faltarão adjetivos para descrevê-lo - é bem verdade. Um vasto repertório de qualidades e virtudes acaba com qualquer vocabulário amplo. O que posso exemplificar e explanar é o total prazer e satisfação de enfim entender quem foi o "tal" de Mané Garrincha. E posso afirmar: ele é único, ímpar, raro, perpétuo.
Feliz Aniversário (atrasado), Mané. Obrigado!
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