Uma mancha vem se instalando na vitoriosa camisa "Canarinho".
Quando em 1950, a cor branca se tornara a "cor do azar", a CBD em parceria com o jornal carioca Correio da Manhã idealizaram um concurso, em 1952, para escolher o novo uniforme da Seleção Brasileira.
Uma das mais bonitas foi criada e desenhada pelo artista Aldyr Garcia Schlee. O amarelo ouro com o verde caíram como uma luva.
De lá para cá, ou até agora e aqui, muitas histórias. Vitórias, títulos e algumas derrotas dolorosas. Mas acima de tudo, orgulho, brio. Ela que virou manto. Vestiu craques e foi honrada com todo amor e afinco por quem lutava por tê-la. Por quem tinha paixão em vesti-la.
Quando pequeno, sempre sonhei em ter "uma camisa da Seleção Brasileira". Era como um troféu. Não lembro quando ganhei a primeira ou a seguinte. No entanto, ao ganhar, ela tornava-se uma segunda pele - era ruim de tirar de mim. A última, eu comprei (sou fissurado por camisas de Futebol). Foi a primeira vez que pude ter uma vindo do meu trabalho e esforço.
Mais uma vez: ter, usar e vestir era motivo de glória, dignidade. Até que, uma mancha negra pairou sobre uma cor tão linda. Aldyr, o criador, deve está triste neste momento. Deve se perguntar o porquê.
A rejeição tomou conta do uniforme. O que era sinônimo de amor, tornou-se símbolo de rixa política. Da divisão por ódio, insensatez, intolerância. Do patriotismo mascarado de fanatismo. E quem era realmente fanático, pela Seleção, ganhou e ganha nomes de baixo calão. Bando de sem noção.
Como disse Almyr Schlee: "Usar a camisa da Seleção com a marca da CBF no peito, é um contrassenso". Aliás, senso é algo que tais pessoas não têm.
E aí que lembro dos 7x1. Paro e penso que, essa goleada é fichinha para tanta alienação. Mas, falar sobre isso, é como o gol do Oscar: servirá de absolutamente nada. O que resta é lamentar. Pois algo tão grandioso, se tornou pequeno. Na cabeça de quem tem pensamentos minúsculos. Acéfalos.
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