Eu sou um adepto da zoeira no futebol. Gosto das "tirações", piadas e brincadeiras.
Há alguns dias venho fazendo pesquisas e pensando como iria passar para o "papel" tal ideia. Hoje, chegou ao fim a mini pesquisa.
Acompanhando as redes sociais, principalmente o Instagram, hoje podemos notar algo corriqueiro. Sigo várias dessas páginas, já compartilhei e muitas vezes dei gargalhadas com a resenha tirada. Sendo assim, necessariamente, conivente com algumas situações - umas até me arrependo. Me desculparia, inclusive, se pudesse.
Pois bem.
O que pude perceber ao longo desse tempo, é que na maioria das vezes, os "zoeiros" escolhem um alvo específico. É tipo achar um "Cristo" e jogar sobre ele a cruz da zombaria. Uma determinada escolha que perdura por vários e vários anos - "sem limites".
Na mesma pesquisa, separei alguns nomes que, com certeza, vocês que acompanham as zoações vão se lembrar. Por exemplo:
O alvo do momento, atacante do Vasco, Ribamar; o lateral-esquerdo Cortez (Grêmio); o ex-atacante Deivid; o volante Márcio Araújo (CSA); William Arão (Flamengo); o goleiro Muralha (Coritiba); Douglas (ex-São Paulo e Barcelona); Rodinei (Internacional); o volante do Real Madrid, Casemiro; o goleiro Sidão (Figueirense), Fred, ex- atacante do Cruzeiro e também o atacante Willames José (Real Sociedad-ESP).
O que todos eles tem em comum? Foram alvos da zoeira em determinados momentos. Tornaram-se um ponto a ser citado diariamente, constantemente. Uns de forma mais dura, outros não.
Alguns tiveram suas carreiras afetadas, indiretamente. Outros conseguiram levar "na boa". Todos viraram chacota em algum período. Vou citar e separar, alguns, por casos.
O dos mais duros, em meu ver: Muralha. Uma fase horrível no Flamengo foi o bastante para desencadear a "gozação infinita". Onde a pessoa foi afetada diretamente, chegando à beira de uma depressão. No entanto, reergueu-se e foi primordial no acesso para a Série A, pelo Coritiba.
Um que eu não entendo, Márcio Araújo. O volante que onde chega é titular, onde chega vence e é primordial (segundo seus técnicos) em qualquer sistema tático. Foi taxado, de algum jeito, de uma forma pejorativa.
Dois atacantes: Deivid e Fred. O primeiro, após perder um gol (e que gol) foi outro alvo; porém, esqueceram o que ele havia conquistado em outros clubes - entre títulos e artilharias. O segundo, um dos maiores centroavantes brasileiros dos últimos tempos, ganhou um apelido após o fiasco da Seleção na Copa de 2014.
E para não me alongar mais. Citarei mais três: Casemiro, William José e Sidão. O volante saiu do Brasil quase que pisoteado, falavam que era superestimado e mascarado, que seu futebol não era isso e aquilo; hoje é um dos melhor do mundo na posição. Já o atacante, era tido como jogador fraco ou mediano; hoje é primordial em um dos times mais tradicionais da Espanha, sendo destaque e artilheiro.
Por fim, para mim, a situação mais humilhante. Inclusive escrevi aqui, sobre o ocorrido. Sidão; ridicularizado ao vivo, em uma votação chula, após um desempenho ruim dentro de uma partida.
Eu, como comentarista falo e critico sempre. Pelo desempenho ou qualidade técnica do atleta, do profissional. Aprendi que para criticar, não precisamos denegrir a imagem de ninguém. Não condeno que o faz, mas não é meu perfil.
Quanto a zoeira, repito: sou adepto; ela nunca terá fim - disso eu sei. Porém, ela não pode vir mascarada de humilhação, perseguição, ridicularização, diminuição, submissão, opressão, constrangimento ou repressão. Pois, antes do atleta, do jogador, há um ser humano. E havendo todos esses sinônimos, o resultado é o desrespeito.
Por fim, se a zoeira é sadia, não há mal algum. E que bom que os zoados citados deram a volta por cima. Para ver do alto, a zoeira ter um ponto de limite.
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