Um crime bárbaro; famílias dilaceradas e um órfão de mãe.
O Operário de Várzea Grande-MT anunciou o goleiro Bruno Fernandes como reforço. Fato que serviu de "start" para represálias, manifestações e perda de patrocínio.
Antes de entrar no contexto do título do post, recapitulemos o caso. Bruno foi condenado a mais de 20 anos de prisão pelo sequestro, homicídio e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio, mãe de seu filho, em 2010. Portanto, crime classificado como hediondo.
Alguns dados referentes a feminicídio também são interessantes. Aliás, feminicídio tem como significado, a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino.
Mais alguns dados são pertinentes. Uma mulher é morta a cada duas horas no país; outras pesquisas mostraram que o Brasil é o 5º país no mundo onde se mata mais mulheres. Além de números ainda mais alarmantes; como o de mais de 50 mil mulheres assassinadas nos últimos anos e o de que 15 são mortas diariamente.
Dito isto, aí vai a explicação do título.
Eu não sou contra a inserção de um indivíduo que cometeu um delito/crime na sociedade. A parada de "todo mundo merece uma segunda chance" ainda tem um leve peso. Porém, há distinções e situações - essa é uma.
Um clube de futebol tem uma leva de adeptos e apaixonados. Inclusive, vários ou várias são mulheres. Ou seja, idolatrar alguém que cometeu uma barbárie contra uma, é entrar num paradoxo sem fim. É viver imensamente em contradição do que se prega e banalizar algo tão grave.
Então, qual a mensagem que o clube estará passando para uma menina que o ama? Para a mulher que o vive?
Respostas vieram imediatamente em mente: a de que o crime compensa e de que jogador de futebol está acima de qualquer coisa (e não está). Aprendi que para ser ídolo ou espelho, devemos ser exemplo e nesses requisitos o goleiro não se encaixa.
Portanto, em meu ver, com toda as situações criadas e citadas, o goleiro Bruno não pode se tornar ídolo mais uma vez. Ponto.
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