Ah, o futebol... E a vida.
Na semana em que - de forma estúpida, tendenciosa e repugnante -, o radialista Domênico Gatto, da rádio 97 FM, de São Paulo, proferiu ofensas à Copa do Nordeste e a determinados times nordestinos, seis equipes da região conseguiram classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil 2021.
Segundo o "profissional", em um determinado programa, abre aspas: "A Copa do Nordeste é um lixo. Uma porcaria. O Bahia é o mais forte desses aí. Mas também é uma porcaria. É outro lixo. Eu não vou falar que o Ceará é uma potência. É uma porcaria!"
A leviandade e a falta de respeito foram explícitas de forma exagerada. Um indivíduo do "eixo" que saiu do próprio. Trazendo à tona o complexo de grandeza com uma atitude minúscula, desprezível. Palavras mascaradas de predefinições e trajadas de conceitos chulos. Típico.
No entanto, conforme a vida, o futebol - mesmo não sendo justo - ensina que devemos ter respeito. Como se uma lei da dignidade entrasse em campo para contrapor grosserias orais.
A terceira fase da Copa do Brasil, repleta de campeões foi palco dos "improváveis".
O Bahia conseguiu classificação diante do Vila Nova, vencendo os dois jogos por 1 a 0. Já a Juazeirense e o CRB, conseguiram vencer Cruzeiro e Palmeiras nos pênaltis, respectivamente. O ABC, de forma heroica, conseguiu reverter a vantagem da Chapecoense e também carimbou seu passaporte. No "Clássico Rei", sairia de forma obrigatória um nordestino, então entre Ceará e Fortaleza, deu tricolor. E o Vitória, que venceu o Internacional por 3 a 1, no Beira-Rio, findando com a vantagem colorada.
Seis representantes de dezesseis possíveis. Classificados com totais os méritos. Em quaisquer aspectos. Sejam eles táticos, técnicos, de entrega, concentração, organização, estratégicos etc. Os "impuros" calando quem com toda imundice de termos ditos, silencia. Pois não há mais o que falar.
O Nordeste é gigante. Geograficamente, socialmente, politicamente, culturalmente. Mas parece que na mente de alguns, isso ainda não está claro. Mesmo com toda transparência possível.
A democracia de uma competição que vê de perto a força de um lugar. Um lugar que merece respeito. Nada menos!
E não é que a Copa do Brasil virou quase uma Copa do Nordeste?
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