Uma mancha na linda história rubro-negra. Mas parece que a lição dada, ainda não foi aprendida.
Não citarei a instituição, estaria sendo injusto. Falarei das pessoas que "fazem" o clube. Daquelas que o comandam.
Em meio a uma Pandemia e um perigo eminente, o senso de humanidade caiu por terra - mais uma vez. Há alguns dias, 62 funcionários foram demitidos. Segundo a direção, para a contenção de despesas. Algo contraditório, haja visto a vangloriação com relação a parte financeira, ano passado, que foi enorme. Tipo um grito de: "Somos ricos e estruturados".
Em carta, as pessoas que foram mandadas embora citam a frustração que sentiram. Citam seus baixos salários e que o clube remunera mal seus funcionários, para que o "alto escalão" seja beneficiado. Falaram de premiações do Campeonato Brasileiro e Libertadores, onde a diretoria cortou parte da grana. E por fim, chamam a atual direção de desumana. (A carta pode ser lida, na íntegra, no site do Esporte Interativo).
Outro baque, nesses últimos dias, foi a morte de Jorginho, massagista do clube há 40 anos."Tio Jorge" como era chamado estava internado desde o dia 21 de abril e faleceu no dia 4 de maio, última segunda-feira.
Agora, a notícia de pessoas infectadas é anunciada pelo clube. São 38, de 293 que passaram por exames. Detalhadas assim: 3 jogadores (sem nomes divulgados), 2 jogadores que tiveram contato com o vírus e tem anticorpos IGG positivo, 6 funcionários do grupo de apoio, 2 funcionários de empresas terceirizadas e 25 familiares ou pessoas que trabalhas nas residências de funcionários ou jogadores. O clube informa que está tomando todos os cuidados e providências necessárias.
No entanto, apesar disso, o desejo é o retorno dos trabalhos no Ninho do Urubu, na próxima semana.
Vendo todo esse cenário, eu continuo me perguntando: o que essas pessoas pensam?
O futebol parece viver num mundo paralelo. Onde ele é taxado como essencial - e não é. Só mais uma demonstração de que a ganância e a gana por dinheiro são maiores. Principalmente por parte de algumas pessoas que gerem um clube de tamanha grandeza. Que se diz do "povão". Porém, se molda para a elite.
Na atual conjuntura, é imoral pensar na volta do futebol. Inaceitável tratar pessoas que deram tanto amor a um escudo, serem tratados como números. Sendo o Flamengo ou qualquer outro clube. O meu, o seu e o de vários. Teve mesma postura? Estará errando.
Estão banalizando a saúde, as pessoas, a vida. Como a memória curta de um capítulo negro que aconteceu recentemente. E nele, parece que o 'clube' não aprendeu nada.
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